Está instalada a polémica entre aliados do Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló. Os líderes dos partidos PRS e APU-PDGB, Fernando Dias e Nuno Nabiam, respectivamente, acusam a Presidência guineense de “sequestrar todas as instituições do Estado”. Ainda questionam o porquê de Botche Candé ser sempre nomeado Ministro do Interior.
Em comunicado, Fernando Dias e Nuno Nabiam afirmam, sem entrar em pormenores, que as instituições do Estado guineense estão neste momento “totalmente sequestradas pela Presidência da República” e “correm o risco de colapsar socialmente com consequências imprevisíveis”.
Lembram que em democracia, os partidos políticos têm a responsabilidade de cuidar dos interesses da população.
Toda esta nova polémica surgiu no sábado passado quando, num comício popular em Bissorã, no norte da Guiné-Bissau, o ex-primeiro-ministro, Nuno Nabiam afirmou que há sinais claros de que actualmente grandes quantidades de droga estariam em circulação na Guiné-Bissau.
Nabiam, que é Conselheiro Especial do Presidente Umaro Sissoco Embalo e ainda Membro do Conselho de Estado, pediu à comunidade internacional para que apoie as autoridades guineenses que, na sua óptica, não têm capacidade de combater o fenómeno.
O Ministro do Interior, Botche Candé, reagiu, na segunda-feira, numa conferência de imprensa, para pedir provas à Nabiam com a promessa de que se este não apresentasse elementos, então seria chamado a comparecer perante a justiça.
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Candé considerou as declarações de Nabiam como um acto de traição aos esforços do Presidente Embalo para limpar a imagem do país.
Em comunicado, Nabiam e Fernando Dias acusam Botche Candé de não ter moral para atacá-los e lembram o facto de que Candé foi exonerado, em 2022, do cargo de Ministro do Interior por recairem sobre si suspeitas de envolvimento em negócios ilícitos.
Os dois líderes políticos defendem que “em condições normais nunca Botche Candé poderia voltar a ser nomeado para um posto governamental e muito menos no mesmo Ministério do Interior”.
Recorde-se que tanto o PRS como o APU-PDGB integram o actual Governo de iniciativa presidencial no poder na Guiné-Bissau.
Com RFI