Uma grave crise alimentar está dilacerando a província do Cunene, resultando em mortes por falta de alimentos. A denúncia foi feita à Rádio Comercial Despertar neste sábado, 17, pelo padre Gaudêncio Félix Yakuleinge, Director Executivo da Associação Ame Naame Omunu.
Segundo o sacerdote a situação é preocupante e carece de uma intervenção urgente das autoridades do governo central do país: “Estou profundamente triste e exausto ao ver meu povo a sofrer com a fome”, disse o padre Yakuleinge.
“A fome é agravada pelo silêncio daqueles que foram encarregados de gerir os recursos destinados a todos os angolanos. A situação é alarmante; as pessoas estão morrendo de fome”, disse.
Yakuleinge explicou ainda que a situação é confirmada por relatos e observações de várias familias. Ele mencionou o caso da senhora Celestina, que foi vítima da fome. “A família relatou que, devido à falta de alimentos, a senhora Celestina morreu. Isso é lamentável”, disse.
O sacerdote também relatou a situação de Teodência Lidiniken, que está doente e sem comida. “Estive com ela há cerca de 30 minutos. Ela tem vertigens, não consegue enxergar bem e não tem força. Ela mesma diz que está sem energia. Esses são sinais claros de fome”, disse.
Yakuleinge fez um apelo: “O povo está sofrendo e morrendo de fome, mesmo tendo recursos disponíveis. Estes recursos estão sob má gestão. Se não conseguem administrar, alimentar a população ou declarar estado de emergência, por favor, renunciem. Talvez alguém com um verdadeiro coração possa assumir.”