Uma nova ronda de conversações entre a Ucrânia e a Rússia está marcada para esta quarta-feira, segundo anunciou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, durante o seu habitual discurso noturno na segunda-feira. A reunião terá lugar na Turquia, adiantou Zelenskyy, após discutir os preparativos com o ministro da Defesa ucraniano, Rustem Umerov.
“Umerov informou que a reunião está agendada para quarta-feira”, declarou o chefe de Estado, acrescentando que mais detalhes seriam divulgados ao longo de terça-feira.
Este encontro surge num contexto de intensificação dos ataques russos, com o lançamento de drones em grande escala contra várias regiões ucranianas — uma ofensiva mais intensa do que a registada em diversos períodos de 2024.
As duas anteriores reuniões entre Moscovo e Kiev resultaram em trocas de prisioneiros, mas não produziram avanços concretos rumo a um cessar-fogo ou a um acordo de paz duradouro, após mais de três anos de guerra.
Entretanto, o Kremlin publicou recentemente um memorando em que reafirma as suas exigências para terminar os combates. Entre as condições impostas estão a retirada total das forças ucranianas das regiões de Donetsk, Luhansk, Zaporíjia e Kherson — territórios que a Rússia considera anexados. Moscovo exige ainda o reconhecimento internacional da anexação da Crimeia, ocorrida em 2014.
Por sua vez, a Ucrânia condiciona qualquer acordo à implementação de um cessar-fogo, à troca de prisioneiros de guerra, ao retorno das crianças levadas à força para território russo e à libertação de civis detidos por Moscovo.
A nível internacional, os Estados Unidos têm pressionado ambas as partes a avançar com negociações substanciais. O presidente norte-americano, Donald Trump, declarou recentemente que poderá impor sanções severas à Rússia, incluindo medidas bancárias e tarifárias, caso o Kremlin não se comprometa com um acordo de paz.
Numa mensagem divulgada na rede Truth Social, Trump apelou diretamente aos líderes russos e ucranianos: “Sentem-se à mesa agora mesmo, antes que seja tarde demais.”
Apesar da pressão internacional, o presidente russo, Vladimir Putin, continua a rejeitar a proposta de Zelenskyy para um encontro direto com vista a debater a paz.