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Angola: Inspeção do Trabalho critica falhas no setor petrolífero após acidente mortal em plataforma

by REDAÇÃO

Luanda  – O Inspetor-Geral do Trabalho de Angola, Manuel Bole, manifestou preocupação com as condições de segurança no setor petrolífero, na sequência de um grave acidente ocorrido em maio numa plataforma de águas profundas operada pela Cabinda Gulf Oil Company (Cabgoc), subsidiária da Chevron. O incidente, ocorrido no Bloco 14, na zona marítima de Cabinda, provocou três mortes e 17 feridos, alguns dos quais em estado grave.

Segundo Bole, o setor está a ser monitorado com atenção, e será incluído na segunda fase da operação “Trabalho Digno”, que visa reforçar a fiscalização das condições laborais em todo o país.

O responsável da Inspeção-Geral do Trabalho (IGT) destacou as dificuldades encontradas para apurar os detalhes do acidente. “Foi muito difícil para nós obtermos dados em primeira instância, mas conseguimos estabelecer uma dinâmica de cooperação com o Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, que nos passou relatórios diários”, explicou.

As vítimas do acidente foram inicialmente transferidas para África do Sul para receber assistência médica especializada. Infelizmente, três trabalhadores não resistiram aos ferimentos. Segundo Bole, o acidente ocorreu numa área da plataforma que estava teoricamente desativada, levando as equipas a acreditar que não havia risco de substâncias inflamáveis. “Infelizmente isso não se confirmou, e o acidente aconteceu”, lamentou.

O secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Petrolífera e Afins de Cabinda (STIPAC), André Capita, reagiu às declarações, sublinhando que os relatórios da Inspeção do Trabalho indicam um número elevado de acidentes e incidentes no setor petrolífero. “Os relatórios que nos são apresentados revelam números preocupantes, incluindo vítimas mortais”, afirmou.

No balanço do primeiro semestre de 2025, a Inspeção-Geral do Trabalho realizou mais de 3.850 visitas e registou 16.000 infrações laborais, além de mediar cerca de 3.824 conflitos de trabalho. A indústria continua a ser o setor com maior número de acidentes.

Já o secretário de Estado para o Trabalho e Segurança Social, Pedro Filipe, anunciou que ainda este mês será lançada a segunda etapa da operação “Trabalho Digno”, cuja primeira fase revelou “resultados animadores, mas também desafios sérios na regulação do mercado laboral”.

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