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40 anos depois da adesão à UE: “Sim, valeu a aena”, diz Durão Barroso

by REDAÇÃO

Neste mês de junho, Portugal assinala uma data histórica: quatro décadas desde a assinatura do Tratado de Adesão às Comunidades Europeias, em 1985. Para José Manuel Durão Barroso, antigo presidente da Comissão Europeia e ex-primeiro-ministro, o balanço é claro: “Sim, valeu a pena.”

Na visão de Barroso, a adesão de Portugal à então Comunidade Europeia representou muito mais do que uma simples entrada numa organização internacional. Tratou-se de um ato político decisivo que ancorou a jovem democracia portuguesa no modelo liberal, plural e europeu, num contexto em que o país ainda enfrentava tensões ideológicas e incertezas após a Revolução de Abril.

“A adesão teve uma natureza quase refundacional”, afirma o ex-presidente da Comissão Europeia.

Barroso destaca que, após anos de isolamento sob um regime autoritário, a adesão significou um “regresso ao espaço natural da Europa Ocidental”. Apesar de haver quem, na época, temesse que Portugal perdesse identidade ao juntar-se ao projeto europeu, Barroso recorda: “Portugal é um país eminentemente europeu”, com raízes e vocação que sempre ultrapassaram fronteiras — desde o Atlântico ao mundo lusófono.

No plano económico e social, os progressos foram evidentes: investimentos estruturais, melhoria dos indicadores sociais, modernização de instituições e infraestruturas. Barroso lembra, com especial ênfase, os avanços em áreas como saúde, educação, saneamento e transportes — todos apoiados pelos fundos comunitários.

“Portugal está hoje irreconhecível para melhor, comparado com 1985.”

Ainda assim, reconhece que desafios persistem, sobretudo no campo da competitividade económica — desafios que, segundo ele, dependem mais de decisões nacionais do que da UE.

A entrada na União também trouxe novas liberdades: livre circulação, cidadania europeia e igualdade de direitos em todo o espaço comunitário. Para os portugueses — especialmente os emigrantes e os jovens — isso representou uma mudança de mentalidade e de oportunidades.

Barroso sublinha que a adesão não deve ser vista apenas pelos benefícios recebidos, mas também pela forma como Portugal contribuiu para a Europa — como aconteceu, por exemplo, no caso da independência de Timor-Leste, onde a integração europeia deu força diplomática a Lisboa.

Portugal não ficou na periferia do projeto europeu. Esteve na linha da frente: aderiu ao Euro desde o início, integrou o espaço Schengen e foi sede do Tratado de Lisboa, que rege a União até hoje.

Barroso conclui que, ao longo destas quatro décadas, Portugal não apenas beneficiou, mas ajudou a moldar o futuro europeu, sendo reconhecido como um membro leal, ativo e credível.

No seu testemunho, Durão Barroso sintetiza o sentimento que atravessa gerações de portugueses que viram o país transformar-se com a adesão europeia:

“Comemoramos 40 anos como beneficiários e como contribuintes. Reforçámos a nossa vocação nacional no projeto europeu de paz e prosperidade. Por tudo isto, há que dizer sem hesitação: sim, valeu a pena.

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