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Crise Diplomática: Expulsão da RTP do Palácio Presidencial aprofunda tensão entre Angola e Portugal

by REDAÇÃO

A recente decisão da Presidência da República de Angola de retirar a equipa da Rádio e Televisão Portuguesa (RTP) da cobertura oficial no Palácio Presidencial gerou forte repercussão e alimentou um novo capítulo de tensão diplomática entre Angola e Portugal.

O episódio ocorreu no dia 12 de maio de 2025, durante uma reunião de alto nível entre o Presidente angolano João Lourenço e o líder da UNITA, Adalberto Costa Júnior. Segundo relatos, a equipe da RTP, que estava devidamente credenciada e incluída na lista oficial de veículos autorizados, foi retirada da sala de imprensa de forma abrupta.

A medida foi duramente criticada pelo Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA), que a classificou como um ataque frontal à liberdade de imprensa. Em comunicado oficial, a entidade declarou não compreender a decisão, destacando a legalidade da presença da emissora portuguesa no local. O SJA ainda manifestou solidariedade aos profissionais afetados e pediu uma retratação pública por parte da Secretaria de Imprensa da Presidência.

Por sua vez, a RTP condenou a expulsão, apontando-a como uma violação dos princípios democráticos e jornalísticos. A emissora também revelou ter sido removida do grupo oficial de comunicação do Centro de Imprensa da Presidência da República (CIPRA), restringindo ainda mais seu acesso à cobertura institucional no país.

Em resposta, o governo angolano alegou que a medida já havia sido previamente comunicada à RTP em abril, devido a uma série de “reportagens tendenciosas”. Em nota oficial, reforçou que nenhum meio de comunicação tem acesso ao Palácio sem credenciamento, e que a emissora portuguesa ignorou uma notificação formal de exclusão.

A situação provocou reação imediata do governo português, que expressou “profundo pesar” pelo ocorrido e reafirmou seu compromisso com a liberdade de imprensa. Lisboa indicou que pretende tratar o assunto através dos canais diplomáticos adequados.

Além disso, sindicatos de jornalistas de ambos os países se uniram em protesto contra a medida, exigindo que a Presidência angolana reveja sua posição e restabeleça o acesso da RTP às coberturas oficiais.

O incidente escancara um delicado impasse entre liberdade de imprensa, controle institucional e relações bilaterais, revelando o quanto o jornalismo ainda enfrenta desafios, mesmo em contextos democráticos.

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