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Fumo negro no Vaticano: ainda não há novo Papa após a primeira votação do conclave

by REDAÇÃO

Milhares de fiéis reunidos na Praça de São Pedro, no Vaticano, testemunharam nesta quarta-feira o tradicional sinal vindo da chaminé da Capela Sistina: fumo negro. O símbolo indica que, após a primeira votação, os cardeais ainda não chegaram a um consenso sobre quem será o novo Papa.

A expectativa era grande. Cerca de 45 mil pessoas aguardavam ansiosamente pela cor da fumaça que revelaria se a Igreja Católica já teria seu novo líder. No entanto, por volta das 20h (hora local), o mundo católico soube que o sucessor de Francisco ainda não foi escolhido.

O conclave reúne 133 cardeais eleitores de 70 diferentes países. Para que um novo Papa seja eleito, é necessário alcançar uma maioria qualificada: pelo menos 89 votos. A votação ocorre sob estrito sigilo, com os cardeais isolados do mundo exterior — sem telemóveis e com bloqueio de sinais de rádio nos arredores do Vaticano.

Ritual antigo, tensão contemporânea

O processo começou com uma cerimônia solene de entrada na Capela Sistina, seguida do juramento de confidencialidade. Este é um ritual tradicional e carregado de simbolismo, que dá início a um dos eventos mais misteriosos e observados da Igreja Católica.

Apesar da expectativa de uma decisão rápida, analistas apontam que o número elevado de cardeais e o fato de muitos deles nunca terem se reunido antes pode ter tornado a votação inicial mais demorada e complexa. Isso também eleva a incerteza sobre quanto tempo o conclave poderá durar.

As próximas rodadas de votação estão marcadas para a manhã de quinta-feira, com sessões previstas para as 8h30 e 10h (horário de Portugal continental). Caso ainda não haja uma definição, os cardeais farão uma pausa para o almoço e retornam à votação à tarde, às 16h30 e 18h.

A composição atual do colégio eleitoral reflete o esforço do Papa Francisco em tornar a Igreja mais global. Dos 133 cardeais com direito a voto, 108 foram nomeados por ele. Muitos vêm de países distantes e com pouca tradição no cenário eclesiástico internacional, como Mongólia, Suécia e Tonga — regiões que até então nunca haviam tido um cardeal.

Essa diversidade geográfica, somada ao perfil pastoral de muitos dos novos cardeais, adiciona uma camada de imprevisibilidade ao processo. A inclusão de membros mais jovens e oriundos do chamado “sul global” também desafia antigas tradições e pode influenciar diretamente na escolha do futuro Papa.

O mundo continua a observar atentamente, enquanto a Igreja vive mais um capítulo de sua longa história — cheio de suspense, silêncio e sinais de fumaça.

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