Durante um encontro com o primeiro-ministro da Noruega, Jonas Gahr Støre, na Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez declarações controversas sobre o conflito entre a Rússia e a Ucrânia. Para Trump, o fato de Moscovo não ter ocupado totalmente o território ucraniano pode ser visto como uma “grande concessão” da parte do Kremlin em direção à paz.
As palavras de Trump surgem num momento sensível, após um dos ataques mais letais a Kiev em quase um ano, no qual mísseis e drones russos deixaram pelo menos 12 mortos e 90 feridos. Apesar disso, o presidente norte-americano demonstrou confiança na possibilidade de um acordo, afirmando que tanto a Rússia quanto a Ucrânia “querem paz”.
“Acredito que estamos próximos de um entendimento, mas é preciso que ambos os lados estejam dispostos. São necessários dois para dançar o tango”, afirmou Trump. Ele disse ainda que está a exercer pressão diplomática significativa sobre o presidente russo, Vladimir Putin, o que teria motivado a abertura de diálogo.
Trump não poupou críticas à ofensiva recente da Rússia contra a capital ucraniana. Em publicação na sua rede Truth Social, ele apelou diretamente a Putin: “Vladimir, pára! Estão a morrer 5.000 soldados por semana.” Em declarações posteriores à imprensa, reforçou: “Estávamos a falar de paz e, de repente, lançam mísseis. Isso não me agradou.”
Apesar de seu tom crítico, Trump mantém um discurso de mediação e otimismo. Expressou esperança em um desfecho próximo para o conflito, mencionando que já tem um “prazo próprio” para alcançar a paz, sem, contudo, especificar datas.
Em contraste com essa posição conciliadora, a Ucrânia e várias nações europeias rejeitam a ideia de que a Rússia esteja a fazer concessões ao simplesmente interromper temporariamente seus avanços territoriais. Para esses países, essa narrativa ignora as violações à soberania ucraniana e relativiza a agressão militar em curso.
Além disso, as críticas de Trump também se estenderam ao presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy. Segundo informações divulgadas, o líder norte-americano mostrou-se incomodado com a resposta negativa de Zelenskyy a uma proposta dos EUA que envolvia possíveis concessões territoriais à Rússia — uma proposta que Kiev prontamente rejeitou.
A postura de Trump neste momento levanta debates acalorados sobre diplomacia, geopolítica e os limites éticos na negociação de conflitos armados. Se por um lado ele se apresenta como figura de mediação, por outro suas declarações alimentam polêmicas e tensões entre aliados ocidentais.
Nos próximos dias, a comunidade internacional estará atenta aos desdobramentos desse posicionamento, especialmente quanto à real possibilidade de uma nova fase de negociações de paz no leste europeu.