Home NOTÍCIAS Montenegro assume “alguns erros” na gestão da crise e confirma recandidatura mesmo como arguido

Montenegro assume “alguns erros” na gestão da crise e confirma recandidatura mesmo como arguido

by REDAÇÃO

Luís Montenegro não tem dúvidas sobre o seu futuro político, mesmo diante da crise que tem abalado o seu governo. Em entrevista exclusiva à TVI/CNN Portugal, o primeiro-ministro afirmou que não tem intenções de se demitir, mesmo que seja constituído arguido na investigação relacionada com a empresa familiar Spinumviva. “Não tenho razões para me demitir”, disse, deixando claro que, caso a moção de confiança seja discutida, continuará com o seu plano de recandidatura às próximas eleições.

Montenegro admitiu que, na gestão da crise envolvendo a Spinumviva, cometeu “alguns erros” e poderia ter respondido mais rapidamente a certos questionamentos. No entanto, defendeu que sua abordagem sempre foi focada em responder de forma formal e solene no Parlamento, em vez de ceder a impulsos e fazer intervenções imediatas. Ele destacou que cada político tem o seu estilo e que o seu é fundamentado em um processo mais institucional.

Sobre as acusações que envolvem a empresa familiar e o seu papel na mesma, Montenegro foi firme. “Não fiz, não faço, não vou fazer fretes a ninguém”, afirmou, refutando veementemente qualquer envolvimento em favores políticos ou financiamento ilícito para as suas campanhas eleitorais. O primeiro-ministro também enfatizou que a Spinumviva não teve qualquer envolvimento em transações suspeitas, alegando que “não saiu um cêntimo da empresa para ninguém”.

Embora a crise política tenha gerado uma pressão considerável sobre seu governo, Montenegro reafirmou que, caso seja constituído arguido, avançará com a recandidatura às eleições. Ele lembrou que já havia dito aos portugueses que só continuaria como primeiro-ministro se vencesse as eleições, e esse compromisso permanece inalterado. “Avanço com certeza”, garantiu, deixando claro que a sua decisão de seguir em frente é inabalável, independentemente dos desdobramentos legais.

Montenegro também criticou as intenções do Partido Socialista (PS) de iniciar uma comissão parlamentar de inquérito, afirmando que o PS não encontrará nada de relevante. “O que o PS quer encontrar, que anda a lançar o ar em termos de suspeição, não vai encontrar”, disse, acrescentando que está “preparadíssimo” para prestar esclarecimentos, mas avisando que a inquirição não será uma oportunidade para atacar sua família. Em relação a isso, ele ressaltou que sua família, embora envolvida no negócio, não tinha a “maturidade” para assumir a gestão da Spinumviva.

O primeiro-ministro também fez duas revelações importantes durante a entrevista. A primeira sobre a Spinumviva, onde detalhou que a empresa também estava envolvida na produção de vinho branco, utilizando uvas da quinta herdada de sua mãe. A segunda revelação foi sobre um investimento anterior que lhe trouxe uma “mais-valia” de 200 mil euros, referente à venda de ações do BCP, realizadas antes de sua posse como primeiro-ministro.

Ao encerrar a entrevista, Montenegro reforçou sua posição de não recuar e de continuar a trabalhar pela estabilidade política e económica do país, independentemente das dificuldades atuais. A mensagem foi clara: ele está pronto para enfrentar os desafios, incluindo as investigações, com confiança na sua trajetória política.

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