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Acesso à Água em Moçambique: Estudos Revelam Pouco Investimento no Setor

O fraco investimento no setor de água, saneamento e higiene (ASH) é apontado como um dos principais fatores responsáveis pelos elevados índices de cólera no país, especialmente nas zonas rurais. Além disso, as precariedades das infraestruturas, como casas de banho públicas e postos de abastecimento de água, tanto nas cidades quanto nas áreas rurais, também contribuem para essa situação. Esse fato foi revelado hoje, quinta-feira, em Maputo, pela Organização Não Governamental (ONG), durante a apresentação do seu relatório sobre a “Análise Política e Econômica (APE) sobre a influência/impacto do acesso à água, ao saneamento e à higiene na prevenção e controle da cólera em Moçambique”.

By: Arson Armindo

Num momento em que Moçambique enfrenta mais um surto de cólera nos distritos da província de Nampula, o estudo indica que, embora a cólera seja endêmica no país, sempre foi tratada como uma emergência e nunca esteve de forma contínua no centro da agenda de saúde pública a longo prazo, o que contribui para que a doença seja abordada apenas de maneira emergencial.

De acordo com o Diretor da WaterAid em Moçambique, Gaspar Sitefane, apesar dos avanços registrados na última década no que diz respeito ao acesso à água, ainda existem grandes desafios, especialmente nas zonas rurais. Isso obriga a população a recorrer às águas do rio e às poças caseiras para consumo. Algumas dessas fontes estão contaminadas e podem ser responsáveis pela transmissão de doenças diarreicas e cólera.

Adicionalmente, o Diretor da ONG destacou a necessidade de direcionar mais recursos financeiros para o setor de água, saneamento e higiene como uma medida primordial para mitigar doenças hídricas, especialmente a cólera, a longo prazo. Ele ressaltou que não se pode tratar esses problemas exclusivamente como questões do setor de saúde.

Para combater de forma significativa as doenças hídricas, o relatório da WaterAid recomenda a criação de um ambiente e movimento nacional favoráveis, para garantir que a cólera e outras doenças hídricas continuem na agenda da saúde pública. Além disso, sugere o envolvimento de ministérios relevantes no setor, o mapeamento de surtos de cólera nas diferentes regiões, a identificação dos grupos vulneráveis e seus fatores de risco, e o uso de evidências para ações de lobby e diálogos técnico-políticos que integrem a resposta à cólera na agenda dos setores de ASH e outros.