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HomeNOTÍCIASAntónio Costa Silva: Uma história de sobrevivência e resistência à guerra em...

António Costa Silva: Uma história de sobrevivência e resistência à guerra em Angola

Poucos sabem que António Costa Silva, ex-ministro da Economia e autor do plano estratégico de recuperação económica de Portugal, tem uma história de vida marcada por uma experiência de tortura, resistência e quase fuzilamento em Angola, durante os anos mais intensos da guerra civil. No lançamento do seu livro Desconseguiram Angola, ele compartilha suas memórias sobre a violência e os horrores daquela época, que marcaram profundamente sua visão sobre o mundo e a vida.

António Costa Silva nasceu há 72 anos em Nova Sintra, no Bié, Angola, e viveu lá até a idade adulta. Seus primeiros anos de vida foram preenchidos com o calor e a generosidade do povo angolano, mas a guerra civil e o regime colonial português transformaram seu mundo em um campo de dor e resistência. “Aos nove anos, fui confrontado com um episódio que me marcou para a vida toda”, relata o ex-ministro, lembrando-se de quando viu uma série de pessoas angolanas acorrentadas e sendo forçadas a trabalhar nas roças. Foi seu primeiro ato político, protestando contra a injustiça.

Em 1974, Costa Silva se engajou no movimento estudantil da Universidade de Luanda e, mais tarde, no apoio à independência de Angola. Seu envolvimento político com o MPLA, no entanto, o levou a ser preso após o golpe de estado frustrado de Nito Alves, em 1977. Ele passou quase três anos na prisão de São Paulo, em Luanda, onde sofreu torturas brutais. “A minha família não sabia de nada, meus pais pensaram que eu estava morto”, conta.

A Tortura e a Sobrevivência

Durante sua prisão, Costa Silva passou por torturas constantes, algumas das quais inimagináveis, como ser pendurado de cabeça para baixo e espancado até desmaiar. “O meu único objetivo era estar vivo no dia seguinte”, diz ele, lembrando os momentos de dor extrema e solidão. Uma das experiências mais traumáticas foi quando foi levado para ser fuzilado, uma tentativa de pressão para que assinasse uma falsa confissão. “Quando me disseram que ia ser fuzilado, pensei que era o último dia da minha vida”, lembra ele com uma calma impressionante.

Surpreendentemente, após ser colocado em posição de execução, Costa Silva foi devolvido à sua cela sem explicação. Ele descreve essa experiência como uma espécie de “bónus”, pois a sobrevivência foi quase um milagre. Essa experiência de quase morte tornou-se central em seu livro, que reflete sobre a destruição que as guerras trazem, não apenas fisicamente, mas também no que diz respeito à desumanização.

Em seu livro Desconseguiram Angola, Costa Silva expõe não apenas os horrores da guerra civil angolana, mas também uma crítica ao ciclo interminável de destruição que as guerras geram. Ele menciona que a guerra, onde líderes militares veem um “negócio” em vez de um conflito pelo bem da população, causa sofrimento profundo, sendo uma “escolha do mal”. Costa Silva acredita que não aprendemos com os erros do passado, pois a guerra nunca traz nada além de destruição e sofrimento. “Não existe colonialismo suave”, ele afirma ao refutar a ideia de que o regime colonial português foi de alguma forma mais benigno, descrevendo-o como uma opressão absoluta.

Ao olhar para Angola, 50 anos após a independência, Costa Silva faz um balanço amargo. Embora tenha presenciado a euforia da independência em 1975, ele lamenta que, hoje, mais de 80% da população angolana ainda viva abaixo da linha de pobreza. “O que correu mal?”, questiona, apontando que os líderes políticos de Angola nunca conseguiram sair da lógica da guerra, perpetuando uma destruição que começou com a luta pela independência.

Costa Silva também reflete sobre os erros do movimento de libertação nacional e as divisões dentro do MPLA, que contribuíram para a prolongação da guerra civil. O livro é uma crítica àqueles que conduziram o país a essa situação, com foco nas forças militares e seus líderes.

A guerra, de acordo com Costa Silva, destrói não só os corpos, mas também as almas. Ele compara o contexto de Angola com o que vemos atualmente em outras partes do mundo, como a Ucrânia, Gaza e o Sudão. Ele acredita que a guerra não é uma fatalidade, mas uma escolha, e que a diplomacia internacional deve se comprometer com a dignidade e os direitos humanos para evitar que esses cenários se repitam. Costa Silva destaca o papel fundamental da educação e da construção de instituições fortes como formas de evitar o colapso da civilização.

Em suas reflexões sobre o mundo atual, Costa Silva também aborda o racismo como um grande desafio da sociedade humana. Ele rejeita a ideia de que o racismo é algo natural, afirmando que “a espécie humana é única” e que as diferenças raciais não devem ser motivo para hostilidade. Costa Silva acredita que a luta contra o racismo é uma das maiores batalhas que devemos enfrentar, seja em Portugal, Angola ou em qualquer outro lugar do mundo.

Ao final, ele ressalta a importância de lutar por um futuro melhor, uma esperança que ele ainda carrega em seu coração, apesar das terríveis experiências que viveu. O livro de Costa Silva é, assim, um grito por justiça e reflexão sobre o caminho que a humanidade ainda precisa percorrer para superar a guerra e a opressão.

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