O Ministério das Finanças de Angola reiterou seu compromisso com os investidores e com a sustentabilidade da dívida do país, respondendo a críticas e comentários sobre a situação financeira da nação, especialmente após um artigo publicado pelo Financial Times que mencionava possíveis problemas no cumprimento das obrigações financeiras.
De acordo com o comunicado oficial do Ministério, a dívida do país permanece sustentável e o governo tem cumprido rigorosamente suas obrigações com os investidores, sempre respeitando as condições acordadas. No entanto, o artigo do Financial Times levantou questões sobre a situação financeira de Angola, após um credor alegar que o país teria deixado de cumprir com o pagamento de um financiamento, alegando uma possível inadimplência ou ‘default’. O caso resultou em um processo arbitral, no qual o governo angolano contestou a reivindicação, apontando que o credor em questão estava sob sanções internacionais, o que impedia o pagamento do montante devido.
O Ministério das Finanças enfatizou que, embora a situação tenha gerado controvérsias, Angola leva muito a sério suas obrigações com os investidores e sempre se manteve fiel aos acordos, respeitando as sanções internacionais impostas pela comunidade global. O governo reforçou seu compromisso com a transparência e com a aplicação das sanções da ONU, afirmando que as condições acordadas com os credores são cumpridas com seriedade.
Apesar do crescente número de artigos questionando a transparência e a gestão da dívida angolana, como o artigo do Financial Times, o Ministério das Finanças reafirmou que todos os dados relevantes sobre a dívida foram divulgados publicamente no Prospeto Base publicado na Bolsa de Valores de Londres, em dezembro de 2024. A resposta também destaca que o governo continua comprometido com a sustentabilidade de sua dívida e com a implementação de sua estratégia de endividamento, que visa equilibrar as finanças públicas e promover a diversificação econômica do país.
O governo de Angola reconhece as dificuldades econômicas enfrentadas, especialmente com a crescente pressão sobre as finanças do país, refletida, por exemplo, no adiamento do aumento salarial dos funcionários públicos de janeiro para março, e no aumento do montante da dívida pública. Em 2025, Angola precisará pagar cerca de 6,2 bilhões de dólares em dívidas, o que equivale a aproximadamente 5,2% do PIB. A expectativa é de que os pagamentos de dívidas sigam uma trajetória ascendente nos próximos anos, o que exigirá um esforço contínuo para garantir a estabilidade econômica e financeira.
Embora os desafios persistam, o governo angolano está confiante na capacidade de gerenciar sua dívida e nas medidas que está tomando para enfrentar as dificuldades fiscais e promover uma economia mais diversificada e resiliente.