Na província da Lunda-Norte, o activista Jordan Muacabinza, conhecido defensor dos direitos humanos, tem enfrentado uma situação alarmante de perseguições e ameaças de morte. As acusações apontam para uma tentativa de silenciar suas denúncias relacionadas à exploração ilegal de diamantes e violações dos direitos fundamentais na região.
Muacabinza tornou-se alvo após revelar informações sobre a reabertura de casas de compra e venda de diamantes em Cafunfo, no município do Cuango. Essas práticas estariam ligadas a redes internacionais de tráfico de diamantes, com suposto apoio de figuras influentes dentro do regime. Segundo fontes locais, as autoridades têm realizado reuniões sucessivas para planejar a detenção de activistas como Muacabinza, que denuncia abusos cometidos por forças de defesa e segurança na região leste de Angola.
“As últimas denúncias sobre o regresso massivo de traficantes ilegais e a reabertura dessas casas de venda de diamantes são os principais motivos para a perseguição ao activista”, afirmou uma fonte local em Cafunfo.
Relatos indicam que poderosos grupos locais estão arquitetando detenções arbitrárias contra activistas, seguidas de possíveis eliminações, com Jordan Muacabinza entre os principais alvos. Segundo uma fonte do Comando Municipal da Polícia Nacional do Cuango, há planos claros para calar a voz de quem denuncia violações dos direitos humanos e a destruição ambiental causada por atividades ilegais.
Em declarações, Muacabinza desafiou as autoridades, afirmando que nenhum governante, incluindo o Presidente da República, João Lourenço, tem o direito de privá-lo de sua liberdade. Ele também destacou que o combate ao tráfico de diamantes e à exploração ilegal é um compromisso assumido pelo Presidente em programas como a Operação Transparência e Resgate.
O activista ainda revelou ter informações confiáveis sobre encontros realizados em Dundo e Cuango, nos quais se discutem estratégias para sua detenção e de outros defensores de direitos humanos. Ele fez um apelo direto ao Ministro do Interior, Manuel Homem, para que intervenha contra as redes de tráfico de diamantes e impeça a perseguição de activistas.
O Presidente João Lourenço reafirmou recentemente o compromisso do governo em combater o garimpo ilegal de diamantes em Angola. Durante a “Conferência e Exposição Internacional sobre o Sector Mineiro Angolano”, o Chefe de Estado destacou que a prática não apenas prejudica a economia, mas também degrada o meio ambiente. Lourenço ressaltou que países vizinhos como Namíbia, Botsuana e África do Sul conseguiram erradicar o problema e que Angola deve seguir o mesmo caminho.
A situação de Jordan Muacabinza levanta questões graves sobre a segurança de activistas de direitos humanos em Angola. Seu apelo é um lembrete da importância de proteger quem luta por justiça social e transparência. Cabe às autoridades angolanas garantir que os direitos fundamentais sejam respeitados e que atividades ilegais, como o tráfico de diamantes, sejam efetivamente combatidas para o bem de toda a população.