Abel Chivukuvuku, coordenador geral do PRA-JA Servir Angola, destacou, durante uma conferência de imprensa realizada em Luanda nesta sexta-feira (27), a importância de fortalecer a Frente Patriótica Unida (FPU) como preparação para as eleições de 2027. Ele também descartou qualquer possibilidade de aliança com o MPLA, reafirmando o compromisso do PRA-JA com a FPU e propondo a criação de um Secretariado Geral Comum para melhorar a organização e coordenação entre os partidos aliados.
Segundo Chivukuvuku, o foco principal do PRA-JA, agora oficialmente legalizado, é permanecer e consolidar sua posição dentro da FPU, uma aliança que também inclui a UNITA e o Bloco Democrático. Ele explicou que a união não depende apenas de um partido, mas sim de uma vontade coletiva.
“Somos Frente Patriótica Unida. A FPU é fusão da vontade das partes. Não é só o PRA-JA que determina, é a vontade das partes”, afirmou. O líder político enfatizou que o objetivo é tornar a frente ainda mais forte, mantendo a unidade e a colaboração entre os membros.
Para reforçar a aliança e garantir maior organização, Chivukuvuku sugeriu a criação de um Secretariado Geral Comum dentro da FPU. Ele argumentou que essa estrutura permitiria uma melhor articulação das agendas e programas dos partidos, evitando decisões pontuais e descoordenadas.
“Propus aos parceiros da UNITA e do Bloco Democrático uma espécie de Secretariado Geral Comum para traçar agendas e programas de forma organizada, sem casuísmo”, destacou.
Em resposta a especulações sobre possíveis relações entre o PRA-JA e o MPLA, Chivukuvuku foi enfático ao negar qualquer tipo de ligação ou intenção de aliança. “Se nós nos revíssemos [no MPLA], faríamos o PRA-JA? Não se faz aliança com quem nunca pediu”, declarou, deixando claro que o PRA-JA segue um caminho independente e focado em fortalecer a oposição.
Com a recente legalização do PRA-JA, a dinâmica dentro da FPU passa por uma transformação. Chivukuvuku reconheceu que a legalização traz mudanças significativas para a plataforma, mas reiterou que o futuro da aliança será decidido coletivamente pelos membros.
“O PRA-JA é agora uma força política legal e atuante. A FPU será aquilo que os seus membros decidirem. Nosso compromisso é trabalhar para o fortalecimento e a união dos partidos que compõem essa frente”, concluiu.
A postura de Abel Chivukuvuku reflete uma estratégia de consolidação política baseada na união e organização da oposição em Angola. Com a proposta de um Secretariado Geral Comum e a reafirmação da independência em relação ao MPLA, o PRA-JA e a FPU se preparam para enfrentar os desafios futuros e fortalecer a oposição democrática no país.