Maputo – A liberdade de imprensa enfrenta uma grave ameaça em Moçambique, após o desaparecimento de três jornalistas que cobriam manifestações no país. O Instituto de Comunicação Social da África Austral (MISA) pediu, nesta sexta-feira, esclarecimentos urgentes e a libertação imediata dos profissionais.
Os jornalistas sul-africanos Bongani Sizibiba e Sbonelo Mkhasibe, da NewsCentral Africa TV, estavam em Maputo para cobrir as manifestações pós-eleitorais. Eles contavam com o apoio de Charles Mangwiro, da LM Rádio, que atuava como tradutor. Desde quarta-feira, os três estão incomunicáveis, levantando sérias preocupações entre colegas, familiares e organizações de direitos humanos.
Segundo o MISA, a família de Charles Mangwiro vive momentos de angústia, sem informações sobre o paradeiro do jornalista. O Centro para Democracia e Direitos Humanos (CDD) informou que os profissionais podem ter sido detidos pelas autoridades moçambicanas, mas até o momento, não há confirmação oficial se foi uma detenção ou um possível sequestro.
O MISA classificou o desaparecimento como uma violação flagrante da liberdade de imprensa e dos direitos humanos, exigindo respostas imediatas. A organização também destacou que a atividade jornalística é protegida pela Constituição da República de Moçambique e pela Lei de Imprensa, enfatizando que a segurança dos profissionais deve ser garantida.
Além disso, o MISA expressou preocupação com o aumento de ataques contra jornalistas no país, citando episódios recentes de disparos contra repórteres e expulsão de profissionais estrangeiros. Esses incidentes sinalizam uma tendência alarmante de repressão à liberdade de expressão e ao trabalho jornalístico.
A comunidade internacional e as autoridades moçambicanas precisam agir de forma rápida e decisiva para esclarecer o desaparecimento desses jornalistas. A liberdade de imprensa é um pilar fundamental para a democracia, e ameaçá-la coloca em risco o acesso à informação e o respeito pelos direitos fundamentais.
A luta pela proteção dos jornalistas em Moçambique não é apenas uma questão local, mas um reflexo de um problema global que exige solidariedade e vigilância constante. Que esses profissionais sejam encontrados em segurança e que sua missão de informar seja respeitada e protegida.