A recente vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos EUA despertou reações contrastantes entre israelenses e palestinos, refletindo as complexidades políticas da região. Em meio aos conflitos em Gaza e no Líbano, a nova liderança americana traz à tona expectativas e preocupações sobre o futuro da política dos EUA no Oriente Médio.
Israelenses Enxergam Segurança e Apoio Contra o Antissemitismo
Para muitos em Israel, o retorno de Trump é visto como um movimento positivo para a segurança do país. Em Tel Aviv, por exemplo, Asher Krispin declarou que, apesar de acreditar que Trump será “mais rígido” com Israel, ele vê a vitória como um passo em direção a um ambiente de maior proteção. Outra residente, Ester Hadas, celebrou a vitória como uma oportunidade para combater o antissemitismo, destacando o impacto positivo que a presidência de Trump pode ter para a comunidade judaica.
Palestinos Expressam Pessimismo sobre Mudança na Política Americana
Do lado palestino, a reação foi marcada por pessimismo. Em Ramallah, na Cisjordânia, Naim Fawzi manifestou preocupação, dizendo que a vitória de Trump para um segundo mandato significa a continuidade do apoio americano a Israel, além de um provável agravamento dos conflitos. Segundo ele, a mudança de presidência pouco influencia na política americana em relação aos palestinos, que já enfrentam desafios contínuos em Gaza. Outro residente de Ramallah, Abdallah Abu Rahma, compartilhou o sentimento de que, independentemente do presidente, a política americana permanece inalterada.
Durante seu primeiro mandato, Trump se destacou como um firme defensor de Israel e promoveu diversas iniciativas para fortalecer as relações com o país. Agora, ao retornar ao cargo, ele sinalizou planos para reavaliar a política americana no Oriente Médio. Na campanha, ele prometeu buscar a paz na região, mas sua postura pró-Israel permanece evidente, especialmente no conflito com o Hamas e Hezbollah.
Além disso, o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, saudou a vitória de Trump como um “novo começo” para a aliança entre EUA e Israel. No entanto, a relação entre os dois líderes tem um histórico de altos e baixos, particularmente após Netanyahu ter felicitado Joe Biden pela vitória em 2020, o que esfriou os laços com Trump.
Após os ataques do Hamas, Trump reforçou seu compromisso com políticas rígidas de imigração. Ele prometeu bloquear a entrada de refugiados de Gaza nos EUA e reiterou a ideia de “rastreio ideológico” para imigrantes. Também criticou fortemente protestos pró-Palestina nos campus americanos e manifestou sua intenção de reduzir o apoio à causa palestina no país.
A vitória de Trump traz à tona velhas divisões e expectativas no Oriente Médio. Enquanto israelenses veem o retorno de Trump como um reforço na segurança e na luta contra o antissemitismo, palestinos esperam pouca ou nenhuma mudança na abordagem americana para com a questão palestina. Essa divisão mostra que o novo mandato de Trump provavelmente continuará a impactar significativamente a política da região.