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Presidente Angolano pede a novo Ministro que não “tema a farda” e confie na inteligência para liderar

Luanda – O presidente de Angola, João Lourenço, fez um apelo significativo ao empossar Manuel Homem como novo ministro do Interior. Homem, que deixa o cargo de governador de Luanda, é o primeiro civil a ocupar essa posição em uma decisão inovadora que quebra com a tradição militar no ministério. Durante a cerimônia, o presidente aconselhou o novo ministro a “não ter medo da farda” e ressaltou que a verdadeira força não está no uniforme, mas sim na inteligência e determinação dos líderes.

Essa escolha de João Lourenço reflete uma mudança de paradigma na forma como o governo angolano entende a segurança interna, colocando um civil em um posto que tradicionalmente foi liderado por oficiais militares. “Gostaria de lhe pedir que não tivesse medo da farda. A farda não faz mal a ninguém. A força está na inteligência e na determinação dos homens”, declarou Lourenço, mostrando confiança nas habilidades e no potencial de Manuel Homem para enfrentar os desafios do cargo.

Após a posse, Manuel Homem declarou à imprensa que seu primeiro passo será uma análise detalhada da situação atual do ministério. O novo ministro expressou seu comprometimento em fortalecer o combate ao crime, melhorar a segurança pública e garantir o funcionamento eficiente de órgãos como o Serviço de Migração e Estrangeiros e a Guarda de Fronteira. Ele mencionou ainda que uma das prioridades será a capacitação dos recursos humanos para formar equipes cada vez mais qualificadas, capazes de enfrentar as exigências da segurança nacional.

Entre os principais desafios do novo ministro estão o combate ao contrabando de combustíveis e a repressão à exploração ilegal dos recursos naturais do país, que têm sofrido com práticas de vandalismo e roubo. Manuel Homem enfatizou a importância de intensificar a atuação do Ministério do Interior e da Polícia Nacional para enfrentar esses problemas. A preservação dos recursos e o combate ao roubo de combustíveis e outros bens valiosos são fundamentais para a segurança econômica e ambiental de Angola.

A troca no comando do Ministério do Interior também ocorre em meio a uma série de outras mudanças administrativas. João Lourenço exonerou recentemente o antigo ministro Eugénio Laborinho, que ocupava o cargo desde 2019 e cuja gestão foi marcada por controvérsias. Além disso, na semana passada, o presidente substituiu os diretores do Serviço de Migração e Estrangeiros e do Serviço de Investigação Criminal, em uma ação que visa fortalecer o combate aos crimes de contrabando e ao vandalismo de bens públicos.

Em seu discurso sobre o Estado da Nação, Lourenço destacou a necessidade urgente de enfrentar crimes como o contrabando de combustíveis e a exploração ilegal de minerais e madeira, que causam prejuízos econômicos e ambientais. Segundo o presidente, esses problemas exigem uma mobilização nacional e uma atuação coordenada para proteger o patrimônio e o futuro de Angola.

A nomeação de Manuel Homem como o primeiro civil a liderar o Ministério do Interior sinaliza uma nova abordagem para a segurança interna em Angola. Com uma agenda focada em modernizar o ministério e enfrentar desafios complexos como o contrabando e a vandalização de recursos, Homem terá um papel crucial para garantir a segurança e a integridade das riquezas do país. O apoio de João Lourenço, que destacou a inteligência como a verdadeira fonte de força, mostra que o governo angolano busca uma nova visão para a segurança e estabilidade da nação.