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Pedido de detenção de Isabel dos Santos no Dubai: Angola espera resposta há mais de um ano

by REDAÇÃO

O Procurador-Geral da República de Angola, Hélder Pitta Gróz, revelou recentemente que o pedido de detenção de Isabel dos Santos, enviado às autoridades dos Emirados Árabes Unidos, já ultrapassa um ano sem resposta. Durante sua visita oficial a Lisboa, onde se reuniu com o Procurador-Geral português, Pitta Gróz expressou a frustração pelo fato de as autoridades no Dubai ainda não terem dado andamento ao pedido de cooperação.

Em declarações aos jornalistas, o Procurador-Geral afirmou que Angola já enviou toda a documentação necessária e que aguarda pela cooperação dos Emirados Árabes Unidos para efetivar a detenção de Isabel dos Santos. De acordo com ele, o objetivo é que a empresária se coloque à disposição das autoridades angolanas para que o processo possa avançar de maneira conclusiva. “O mais importante é que ela se disponha aos órgãos de justiça, pois isso facilita a conclusão do processo,” enfatizou.

Além disso, Hélder Pitta Gróz respondeu às alegações da defesa de Isabel dos Santos, que considera as acusações um processo político motivado pelo governo angolano. O Procurador declarou que o melhor caminho para Isabel demonstrar sua inocência é comparecer voluntariamente à justiça angolana e apresentar suas provas, caso realmente considere o processo infundado. Ele reiterou: “Colocar-se à disposição é o passo fundamental para que o caso possa ser resolvido, seja pela via de detenção ou voluntariamente.”

Isabel dos Santos, empresária e filha do ex-Presidente angolano José Eduardo dos Santos, enfrenta acusações que incluem a gestão irregular da Sonangol, a empresa estatal de petróleo, entre 2016 e 2017. As acusações contra ela ganharam destaque em 2020, com as revelações do “Luanda Leaks”, uma investigação do Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação que trouxe à tona mais de 700 mil documentos. Esses arquivos sugerem que Isabel dos Santos e seu falecido marido, Sindika Dokolo, desviaram recursos públicos angolanos utilizando paraísos fiscais para proteger os ativos acumulados.

Apesar das acusações e da extensa documentação apresentada, Isabel dos Santos nega as irregularidades e insiste que o processo é uma tentativa do governo angolano de minar sua imagem e a de sua família. Até o momento, a espera por uma resposta dos Emirados Árabes Unidos continua, e Angola aguarda que a empresária finalmente se apresente à justiça para encerrar um dos capítulos mais polêmicos da política e economia angolana.

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