A Espanha vive um cenário de tragédia após intensas chuvas torrenciais atingirem a região de Valência, resultando em 95 mortes confirmadas até o momento e um número expressivo de pessoas ainda desaparecidas. O mau tempo devastou cidades inteiras, transformando ruas, estradas e campos em verdadeiros rios, arrastando carros e isolando moradores.
Na noite passada, a Comunidade Valenciana foi severamente atingida, com inundações que pegaram os moradores de surpresa, especialmente em áreas mais baixas. Em Albacete, uma das regiões mais afetadas, a força das águas arrastou dois funcionários municipais que estavam dentro de um veículo – o carro ainda não foi encontrado. Centenas de moradores ficaram presos em veículos, coberturas de edifícios e até árvores, lutando para se manter seguros em meio à tempestade.
Dados oficiais indicam que as chuvas na região de Valência foram as mais intensas registradas em um período de 24 horas desde setembro de 1966, destacando a gravidade do fenômeno. Diante da crise, o governo espanhol rapidamente montou uma comissão de emergência para monitorar a situação e coordenar os esforços de resgate, especialmente nas áreas mais afetadas ao longo da costa mediterrânea e na província de Albacete.
O rei Felipe VI manifestou solidariedade às vítimas e expressou “grande preocupação” com o impacto devastador das inundações. A tempestade também causou problemas no transporte público: um trem de alta velocidade descarrilou próximo a Málaga, com cerca de 300 passageiros a bordo – felizmente, ninguém ficou ferido. Diversas linhas ferroviárias entre Valência e Madri foram interrompidas, e inúmeras rodovias permanecem interditadas.
Além do caos nas estradas, o aeroporto de Valência precisou desviar ou cancelar voos devido à pista de pouso inundada. Em resposta à situação, as aulas em várias cidades e na capital foram suspensas para garantir a segurança de todos.
O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, visitou a região de Moncloa para prestar solidariedade às vítimas e alertou a população para continuar vigilante, já que a tempestade, conhecida como “Dana”, ainda ameaça causar danos. Segundo Sánchez, o governo espanhol está mobilizando todos os recursos possíveis para ajudar as famílias afetadas pela tragédia.
A tragédia despertou também a solidariedade internacional. Em Portugal, o presidente Marcelo Rebelo de Sousa e o primeiro-ministro Luís Montenegro enviaram mensagens de apoio e se colocaram à disposição para oferecer assistência ao governo espanhol. Em comunicado, Rebelo de Sousa expressou condolências e apoio ao rei Felipe VI, enquanto Montenegro reiterou a disponibilidade do governo português para fornecer toda a ajuda necessária.
Essas fortes chuvas trouxeram à tona não só o impacto das mudanças climáticas, mas também a importância de uma ação coordenada para minimizar os danos em momentos de crise climática.