Luanda – A UNITA, maior partido de oposição em Angola, emitiu um comunicado condenando veementemente o duplo homicídio ocorrido em Moçambique. O partido apelou às autoridades moçambicanas para que responsabilizem os autores do crime e exigiu que instituições internacionais punam severamente governos que manipulam processos eleitorais e violam constituições.
O comunicado foi divulgado na página oficial do líder da UNITA, Adalberto Costa Júnior, onde o partido expressa profunda indignação com os assassinatos de Elvino Dias, assessor jurídico do candidato presidencial moçambicano Venâncio Mondlane, e de Paulo Nguambe, representante do partido Podemos. O partido destacou que os crimes, ocorridos em um período eleitoral, parecem ter uma “repugnante motivação política”.
A UNITA declarou que esses “tristes acontecimentos” representam uma afronta à democracia e às aspirações populares em Moçambique, ressaltando a importância da transparência no processo eleitoral.
A UNITA pediu às autoridades judiciais moçambicanas que ajam de forma imparcial e sem pressões, levando os autores materiais e intelectuais dos crimes à justiça. Além disso, o partido manifestou total solidariedade com organizações moçambicanas e internacionais que defendem a democracia, incentivando-as a lutar pela transparência nas eleições e a respeitar a vontade do povo moçambicano.
O partido também encorajou Venâncio Mondlane e seu partido a continuarem sua luta pela liberdade e democracia em Moçambique. Em seu posicionamento, a UNITA reforçou a necessidade de punir governos que subvertem a verdade eleitoral, controlando tribunais e Comissões Eleitorais como forma de perpetuação no poder.
Após o assassinato de seus apoiadores, Venâncio Mondlane convocou marchas pacíficas, que foram dispersas pela polícia moçambicana. As autoridades confirmaram que Elvino Dias e Paulo Nguambe foram mortos a tiros em uma emboscada em plena capital, Maputo, o que gerou ainda mais tensão durante o período eleitoral.
As eleições gerais de 9 de outubro em Moçambique incluíram as sétimas eleições presidenciais e legislativas. Com Filipe Nyusi, atual presidente, impossibilitado de concorrer devido ao limite de dois mandatos, o país aguarda ansiosamente pelos resultados, que devem ser anunciados até 24 de outubro.
A UNITA, que nas eleições angolanas de 2022 obteve 44% dos votos e denunciou fraude eleitoral, reafirma sua luta pela democracia em Angola e em outros países africanos, clamando por um processo eleitoral justo e transparente.