Lisboa – Após as eleições gerais de 2022 em Angola, um novo movimento político começou a ganhar força: o Partido de Esquerda Angolano (PEA). Cláudio de Carvalho, é o líder deste projeto que visa trazer uma nova visão política para Angola, focada na solidariedade e na resolução dos problemas sociais.
Cláudio explica que a criação do PEA foi inspirada pela necessidade de oferecer uma alternativa aos angolanos. Embora o projeto tenha nascido no Zango, Angola, a sua consolidação ocorreu em Portugal, onde ele se estabeleceu após as eleições. A ideia do partido é envolver a juventude, com um enfoque em projetos que mobilizem os jovens a trabalharem em prol de uma Angola mais justa e inclusiva.
Motivações por Tás do PEA
Segundo Cláudio, o principal impulso para a criação do PEA foi o sentimento de que o atual governo angolano, liderado por João Lourenço, se distanciou dos interesses do povo, adotando uma postura mais capitalista. Ele acredita que Angola precisa de uma alternativa de esquerda, que esteja mais próxima da população e das suas necessidades.
O caminho para a criação do partido não foi fácil. Inicialmente chamado de “Novo Angola”, o projeto enfrentou desafios relacionados a conflitos com outras agendas políticas e a necessidade de rebrandear a sua identidade. Apesar das dificuldades, Cláudio persistiu, dedicando tempo e recursos, inclusive abdicando de momentos com a sua família, para ver o projeto crescer.
Atualmente, o PEA é um projeto em desenvolvimento, com cerca de 70% do processo já concluído. Cláudio afirma que a meta é criar uma Comissão Instaladora até 2027, cumprindo todos os requisitos legais para ser formalmente reconhecido como um partido político em Angola.
O PEA defende os princípios da solidariedade, com uma forte conexão às necessidades da comunidade. Cláudio enfatiza que o objetivo do partido é estar mais próximo dos cidadãos, abordando questões que afetam diretamente a população, tal como Agostinho Neto sempre pregou. “Primeiro é resolver os problemas do povo”, e ele critica a direção capitalista do atual governo, apontando que muitas decisões beneficiam empresários e comerciantes, enquanto o povo continua a sofrer ligaos ao regime.
Apesar de ser um projeto em crescimento, o PEA já está presente em várias províncias de Angola, como Malanje, Luanda, Bengo, Bié, Cabinda, Uíge, Huíla, Namibe e Huambo. Cláudio expressa o desejo de continuar a expandir para outras regiões do país, recrutando novos membros comprometidos com a causa do partido.
Embora seja prematuro falar de números exatos de militantes, Cláudio revela que o partido já obteve 2.000 assinaturas na província de Cabinda, mas ainda precisa de mais 5.500 para atingir a meta de 7.500 necessárias para o reconhecimento legal.
O PEA é um projeto político angolano focado em criar uma mudança verdadeira e duradoura no país. Sob a liderança de Cláudio de Carvalho, o partido busca oferecer uma nova perspectiva para os jovens e o povo angolano, baseando-se em princípios de solidariedade e justiça social. Embora ainda esteja em fase de desenvolvimento, o PEA promete ser uma força política a ser considerada nos próximos anos, com uma visão clara até 2027.