Fonte: VOA

No domingo, dia 21, outros cinco cadáveres, com idades compreendidas entre 18 e 29 anos, foram encontrados igualmente, com sinais de asfixia e perfurações de balas no Distrito Urbano 11 de Novembro, no município de Cazenga, bairro Kawelele.

Estes são os novos casos de mortes que têm sido atribuídas a agentes do Estado ou a grupos denominados de esquadrões da morte.

A Associação Justiça, Paz e Democracia (AJPD) crítica a Assembleia Nacional por não exigir do Ministério do Interior investigação às mortes de vários cidadãos por indivíduos até ao momento não identificados.

Eva Adelaide, moradora no bairro Kawelele, conta o sucedido no domingo.

“Era quatro horas, ouvimos tiros. Quando nós acordámos lá para as seis, encontramos cinco mortos. Mas não vimos quais são as pessoas que fizeram isso. Mas são mesmo gatunos, segundo o que as pessoas…”,contou Adelaide.

Entretanto, o presidente da Associação Justiça, Paz e Democracia (AJPD) Serra Bango, crítica a Assembleia Nacional por não exigir ao Ministério do Interior a investigação das mortes de vários cidadãos por indivíduos até ao momento não identificados.

“A Assembleia Nacional devia exercer uma ação de pressão sobre o organismo do Estado que responde por essa área, por causa de ser liberado, num dos seus órgãos, que é o SIC”, diz Bango, para quem as autoridades têm de investigar essas mortes.

“O normal é que, havendo situações dessa natureza, as autoridades sociais, as autoridades que têm a competência, a responsabilidade de fazer, investigar para apurar os fatos, façam a investigação, apuram os fatos, determinam as causas, os elementos que estavam na base, os responsáveis dessas cidades”, defende Serra Bango.

Desde 2017, Angola tem enfrentado um aumento preocupante de casos de assassinatos não resolvidos, que tem gerado medo e frustração ante a falta de investigação e respostas das autoridades.

A Voz da América contactou o ministro do Interior, Eugénio Cesar Laborinho, mas não não houve qualquer resposta.

Contatamos igualmente o comissário António Benge, diretor-geral do SIC e Manuel Alaiwa, porta-voz da corporação, mas também não quiseram pronunciar-se.