A Proposta de Lei de Combate à Actividade Mineira Ilegal que visa definir um quadro jurídico especializado de combate à exploração ilegal de minerais estratégicos, passou na votação final global com voto contra da UNITA.
Fonte: NJ
O diploma, que objectiva ainda responsabilizar criminalmente as pessoas singulares e colectivas que pratiquem actos que concorram para o exercício dessa actividade de forma ilegal, passou com 106 votos (MPLA e PHA), 78 votos contra (UNITA) e quatro abstenções do Grupo Parlamentar PRS/FNLA.
A UNITA justificou o voto contra alegando que a Lei vai continuar a prejudicar os pobres e vai favorecer um grupo ligado ao regime que explora grandes quantidades de diamantes no País.
“A partir de agora as empresas de segurança nas zonas diamantíferas têm arta-branca para matar civis que vivem nas zonas de exploração de diamantes”, disse o deputado Joaquim Nafoia que leu a declaração política da UNITA.
O Grupo Parlamentar do MPLA diz que aprovou o diploma porque tem compromisso com o povo tendo em vista o seu bem-estar.
Refira-se que a Proposta de Lei de Combate à Actividade Mineira Ilegal estabelece, ainda, mecanismos céleres de declaração de perda dos instrumentos, produtos e vantagens adquiridos na prática destes crimes a favor do Estado.
A actividade ilegal minera, segundo o Governo, surge como uma preocupação para o País, devido ao envolvimento de grupos criminosos organizados nessas actividades.
O Governo angolano considera que a exploração mineira ilegal, representa uma ameaça à segurança nacional do País que é um dos maiores produtores mundiais de diamantes.
Sgundo dados do Executivo angolano, actualmente o País conta com 1,3 milhões de garimpeiros a maioria estrangeiros, que operam com perto de 300 dragas ilegais de grande porte.
Quando o diploma foi aprovado na generalidade, o secretário de Estado dos Recursos Minerais de Angola, Jânio Correia Vítor, disse que pelo menos 120 cooperativas artesanais de diamantes, tuteladas por cidadãos angolanos, estão em atividade em Angola, após verem renovados os seus títulos, sendo que as restantes 140 estão inoperantes por falta de investimentos.
Segundo ele, o Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás angolano desenvolve ações juntamente com a Empresa Nacional de Diamantes de Angola (ENDIAMA) para agrupar as cooperativas inoperantes e atrair investidores.
Jânio Correia Vítor lamentou, no entanto, que algumas cooperativas artesanais de diamantes recorram ao garimpo ilegal, por falta de meios de mineração legalmente autorizados.
“Então, optavam pelo garimpo, este garimpo traz uma série de problemas, sobretudo problemas de âmbito social, como a imigração ilegal, degradação do ambiente, propagação de ravinas, principalmente na zona leste”, frisou.