Donald Trump venceu esta segunda-feira uma tentativa de suspender o julgamento em que é acusado de fraude de 454 milhões de dólares se pagar uma fiança de 175 milhões dentro de dez dias – uma decisão que impede as autoridades do Estado de Nova Iorque de tomar medidas para confiscar bens do ex-presidente.
A decisão de um tribunal de apelações estadual de nível médio alivia aquilo que alguma imprensa norte-americana chama de crise aguda de tesouraria por que Trump estará a passar. Segundo a agência Reuters, Trump seria forçado a vender ativos a “preços saldo” para pagar. A decisão atrasa a execução de uma sentença num caso em que se pretende provar que o ex-presidente exagerou a sua riqueza para enganar investidores e credores.
“Respeito muito a decisão da divisão de apelação e pagarei os 175 milhões em dinheiro, títulos ou o que for necessário, muito rapidamente”, disse Trump num tribunal de Nova Iorque, onde compareceu por um outro processo criminal.
O gabinete da procuradora-geral de Nova Iorque, Letitia James, que está do primeiro caso, disse que Trump “ainda enfrenta responsabilidade pela fraude impressionante”.
O ex-presidente republicano está em acesa luta contra acusações criminais e julgamentos civis multimilionários enquanto se aproximam as eleições presidenciais de novembro. A manobra legal de Trump atrasou três desses julgamentos criminais, embora um juiz de Nova Iorque, ainda segundo a Reuters, tenha decidido que o caso que envolve dinheiro pago a uma estrela do cinema pornográfico começa em 15 de abril.
Antes de o adiamento ser decidido, Trump disse que não tinha forma de apresentar-se a pagar os 454 milhões de dólares. Letitia James poderia ter pedido em tribunal que a justiça começasse a confiscar os bens de Trump, incluindo participações imobiliárias muito valorizadas, como o nº 40 de Wall Street, em Manhattan, a casa de Mar-aLago, campos de golfe, edifícios de escritórios, etc..
Trump tem lutado para arrecadar dinheiro tanto para a sua campanha como para as despesas legais do diversos casos que estão pendentes em tribunal. NO caso em referência, Trump foi considerado responsável por inflacionar de forma fraudulenta o seu património líquido para garantir melhores condições de empréstimo e seguros.