O Kremlin indicou, esta segunda-feira, que o apelo do Papa Francisco para negociações de paz com a Ucrânia era “bastante compreensível”.
“É perfeitamente compreensível que o Papa tenha falado a favor das negociações”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, salientando que o presidente Vladimir Putin já disse repetidamente que a Rússia estava aberta a negociações de paz.
“Infelizmente, tanto as declarações do Papa como as repetidas declarações de outros partidos, incluindo o nosso, receberam recentemente recusas absolutamente duras”, indicou.
A Rússia afirmou ter enviado as suas tropas através da fronteira em fevereiro de 2022 numa “operação militar especial” para garantir a sua própria segurança. Kiev e o Ocidente consideram-na uma guerra de conquista brutal ao estilo colonial.
As ofertas de negociação de Moscovo basearam-se invariavelmente na renúncia de Kiev ao território que Moscovo tomou e declarou fazer parte da Rússia, que equivale a mais de um sexto da Ucrânia. Peskov salientou que as esperanças ocidentais de infligir uma “derrota estratégica” à Rússia são “o equívoco mais profundo”, acrescentando: “O curso dos acontecimentos, principalmente no campo de batalha, é a evidência mais clara disso.”
Recorde-se que o Papa Francisco apontou, numa entrevista gravada no mês passado, que a Ucrânia deveria ter “a coragem da bandeira branca ” para negociar o fim de um conflito que já matou dezenas de milhares de pessoas.