Num comunicado conjunto tornado público este domingo 28, os governos dos três países justificam a saída daquela organização sub-regional, na sequência das sanções impostas e da condenação dos golpes de Estado.
Os respectivos dirigentes dos três Estados sahelianos, “assumindo plenamente as suas responsabilidades perante a história e respondendo às expectativas, preocupações e aspirações das suas populações, decidiram, em plena soberania, retirar sem demora o Burkina Faso, o Mali e o Níger da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental”, refere o comunicado, que foi lido nos órgãos de comunicação social estatais daqueles países.
Os golpes de Estado no Mali (24 de maio de 2021), Níger (26 de julho de 2023) e Burkina Faso (6 de agosto de 2023) derrubaram governos eleitos democraticamente e conduziram ao poder juntas militares que acusaram as forças ocidentais, em particular a antiga potência colonial (França), de ingerência.
Em setembro, os três países a Aliança dos Estados do Sahel (AES) acordaram reforçar a cooperação e negociaram acordos de auxílio militar, em caso de intervenção externa. Os três países alegam também estar sob ataque de grupos extremistas islâmicos e criticaram os governos anteriores de não terem falhado nessa matéria.
As tropas francesas foram expulsas e há o registo de elementos do grupo de mercenários russo Wagner no terreno.
A CEDEAO tem criticado os governos dos três países e vários governantes admitiram a possibilidade de ações militares no terreno para repor a ordem democrática.
Até há dois anos, Portugal teve militares no Mali, no quadro da cooperação internacional.