A eleição de Pedro Nuno Santos como líder do Partido Socialista parece ter tido um efeito nas intenções de voto para as eleições de março, na segunda sondagem exclusiva feita pela Consulmark2 para a Euronews e o Nascer do Sol. Em relação à sondagem da primeira quinzena de dezembro, o PS subiu e o PSD desceu, deixando este último com uma vantagem de menos de um ponto percentual face aos rivais socialistas.
Se as eleições fossem hoje, o PSD venceria com 20,5% dos votos (22,4% na anterior sondagem), seguido pelo PS com 19,8% (19,5%).
O Chega mantém-se como terceira força política, mas desce mais de um ponto percentual face à sondagem anterior, dos 12,9% para os 11,3%. Já o Bloco de Esquerda regista uma forte subida, dos 3,3% para os 5,7%.
Seguem-se a Iniciativa Liberal com 4,4% (5%), a CDU com 2,1% (1,6%) e o Livre que mantém as intenções de voto nos 1,7%.
O CDS-PP desce para 1,2% (1,7%) e o PAN regista também uma descida, de 1% para 0,6%, podendo assim ficar fora da Assembleia da República nas próximas eleições.
7,1% dos inquiridos pretendem votar em branco ou nulo (5%) e 4% pretendem abster-se (2,1). 10,8% não sabem em quem votar (13,4%) e 10,5% recusam responder (9,7%).
Fazendo uma distribuição aritmética das respostas “não sabe/não responde” pelos vários partidos, PSD e PS ficam separados por exatamente um ponto percentual, o primeiro com 27,5% (30% na anterior sondagem) e o segundo com 26,5% (26%).
O Chega ficaria com 15,2% (17,2%), o Bloco de Esquerda com 7,7% (4,4%) e a Iniciativa Liberal com 5,8% (6,7%).
Maioria não quer aliança PSD/Chega
Relativamente às possíveis alianças, a direita parece beneficiar, podendo mesmo chegar perto da maioria absoluta no caso de um entendimento entre o PSD, o CDS-PP e a Iniciativa Liberal, fazendo a distribuição aritmética dos NS/NR.
A maioria dos inquiridos (45,8%) pensa que o PSD deve ir sozinho a estas eleições e 37,5% pensa que deverá procurar alianças pré-eleitorais. Já quanto à possibilidade de um acordo pós-eleitoral com o Chega, caso este seja necessário para viabilizar um governo do PSD, há uma maioria de 58,3% que rejeita esta possibilidade, enquanto 32,6% defende a hipótese. Cerca de metade dos inquiridos (49,8%) defende que o PS deve viabilizar um governo minoritário do PSD, de forma a impedir uma possível aliança entre os sociais-democratas e o Chega.
Nova “geringonça” afastada
Já na hipótese de ser o PS a vencer as eleições com maioria relativa, a maioria (46,6%) dos inquiridos defende que os socialistas devem tentar governar sozinhos, com cerca de 40% a defender uma nova aliança entre o PS, o Bloco de Esquerda e a CDU. Mais de metade (54,4%) defende que o PSD viabilize um governo minoritário do PS.
O cenário de uma vitória com maioria relativa para o PS é o mais provável desfecho destas eleições, segundo cerca de metade dos inquiridos. 26,3% acreditam numa maioria relativa do PSD, enquanto apenas 5,5% pensam vir a haver uma maioria absoluta do PS e 3,3% do PSD.
Quanto à eleição do novo líder socialista, a grande maioria dos inquiridos (64,4%) diz-se “nada surpreendida” com a chegada de Pedro Nuno Santos à liderança. Esta mudança influencia o voto de 27,5%, enquanto 68,1% diz não ter tido influência na escolha. 90,3% diz ir votar nestas eleições, dos quais pouco menos de três quintos (56%) já escolheram em quem votar. O número de indecisos baixou dos 45,6% para os 43,2%.
Finalmente, a saúde e o estado do SNS é o problema mais grave com que Portugal se depara, para 55,9% dos inquiridos. As preocupações que aparecem nos lugares seguintes são a habitação (36,4%) e o custo de vida (31,6%).
O estudo foi realizado pela Consulmark2 para a Euronews e o Nascer do Sol entre 17 e 20 de dezembro de 2023, com uma amostra de 803 pessoas, distribuídas em termos de sexo, idade e região com base no Censos 2021. A taxa de resposta foi de 51,2% e o erro máximo de amostragem, para um intervalo de confiança de 95%, é de +/- 3,5%.