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Falta de gás doméstico em Luanda e o mercado paralelo é uma solução demasiado cara para as famílias mais pobres

Há uma semana que quase não se consegue encontrar gás doméstico em botija na cidade de Luanda, tendo esta gritante escassez feito com que o preço subisse para níveis incomportáveis para as famílias com menos recursos da capital.

Com uma botija “normal” a atingir os três mil kz no mercado informal, e, mesmo assim, sempre muito escassa a oferta, os revendedores explicam a situação com a degradação da estrava de acesso à linha de enchimento da SONAGOL e aos constantes assaltos.

O preço da botija de gás doméstico não para de aumentar em diversas zonas de Luanda e há bairros, como o Novo Jornal constatou, onde o gás não existe em stock nos revendedores, porque estes também não são abastecidos.

Alguns agentes revendedores confirmaram ao Novo Jornal a escassez, com o aumento da procura nos seus estabelecimentos e clientes a comprarem mais de uma botija de gás butano, após horas à circular pela cidade.

O Novo Jornal apurou ainda que uma garrafa de gás de seis quilogramas, há uma semana era vendida a 1.500 kwanzas, agora é comercializado a 3.000.

Com o aumento do fosso entre a oferta e a procura, o preço está a subir abruptamente e o mercado paralelo começa a ser a solução para que as famílias tenham gás em casa.

“Comprei a botija a 3.000 kz, mas tive que procurar muito para encontrar. Não está fácil achar o gás desde a semana passada”, contou Marta Domingos, uma cidadã com quem o Novo Jornal conversou no Rangel.

“Tenho vizinhos que continuam a procurar gás e não encontram”, disse outra cidadã que saiu do Zango para comprar na cidade.

Na zona da “Macambira”, na Vila Alice, dito como o “coração” do gás de cozinha em Luanda, a fila de pessoas à espera para conseguir uma botija ao preço de fábrica é longa e demorada.

Várias pessoas disseram que estão desde às 05:00 à espera para comprar uma garrafa de gás.

De acordo com o Novo Jornal, a escassez observa-se igualmente no resto da província de Luanda.

Dois agentes autorizados grossistas que não quiseram ser identificados, contaram que o problema não está na SONANGOL, mas sim na degradação da via de acesso da Rua da Tecnocarro, no distrito urbano do Sambizanga.

Outros apontaram também os constantes assaltos de grupos que roubam as garrafas de gás dos camiões, descartando que o problema esteja na linha de abastecimento.