No segundo dia de um cessar-fogo em Gaza, Israel libertou 90 prisioneiros palestinianos, com a maior parte dos libertados sendo mulheres e menores, conforme listado pela Comissão para os Assuntos dos Prisioneiros da Autoridade Palestiniana. Este movimento ocorreu mais de sete horas após a libertação de três reféns israelitas, que haviam sido capturados pelo Hamas, e que foram devolvidas a Israel no domingo.
O autocarro que transportava os prisioneiros palestinianos saiu das instalações da prisão israelita de Ofer, nos arredores de Ramallah, na Cisjordânia, nas primeiras horas da manhã de segunda-feira. Estes prisioneiros foram detidos por acusações relacionadas com a segurança nacional, incluindo desde o lançamento de pedras até acusações mais graves, como tentativa de homicídio.
A libertação faz parte de um acordo de cessar-fogo de três fases, que teve início no domingo, 19 de janeiro de 2025. Embora o cessar-fogo estivesse previsto para começar às 07:30 CET, foi adiado para as 10:15 CET, pois Israel aguardava a lista dos reféns que o Hamas pretendia libertar.
A primeira fase do acordo inclui a libertação de 33 prisioneiros pelo Hamas ao longo de seis semanas, em troca de centenas de palestinianos detidos em prisões israelitas. No domingo, o Hamas já havia libertado três mulheres israelitas, Romi Gonen, Emily Damari e Doron Steinbrecher, que foram entregues à Cruz Vermelha e posteriormente levadas para Israel. As três mulheres encontram-se agora estáveis, recebendo tratamento hospitalar em Telavive.
Para cada refém libertado pelo Hamas, espera-se que Israel liberte entre 30 a 50 palestinianos. A segunda fase do acordo deverá envolver a libertação de cerca de 1000 palestinianos por parte de Israel, além de medidas para o fim definitivo dos combates em Gaza, incluindo a retirada das tropas israelitas da região. Na terceira fase, o foco será na reconstrução de Gaza, com o Hamas prometendo entregar os corpos dos reféns que morreram em cativeiro.
Este acordo surge após um longo e devastador conflito iniciado em outubro de 2023, quando o Hamas atacou Israel, matando cerca de 1.200 pessoas e sequestrando 250 reféns. Em resposta, Israel lançou uma ofensiva militar que resultou na morte de mais de 46.000 palestinianos, de acordo com autoridades locais.
O cessar-fogo trouxe uma pausa temporária nas hostilidades, mas o futuro da região continua incerto, com a reconstrução de Gaza e as questões humanitárias ainda sendo um desafio significativo.