Angola — As principais associações e cooperativas de taxistas em Angola anunciaram uma paralisação nacional de três dias, programada para os dias 28, 29 e 30 de julho. O protesto é uma resposta direta ao recente aumento do preço do gasóleo e das tarifas dos transportes públicos, decidido pelo Governo.
A medida afetará os serviços de táxi nas sete principais praças do país, incluindo a capital, Luanda, bem como nas províncias de Benguela, Huíla, Huambo, Bié, Bengo e Icolo e Bengo. A paralisação foi confirmada por Rafael Inácio, presidente da Cooperativa de Táxis Comunitários de Angola, que destacou o impacto negativo do novo preço dos combustíveis sobre a atividade dos taxistas.
Desde o início do mês, o litro de gasóleo passou de 300 para 400 kwanzas, como parte da política de eliminação gradual dos subsídios aos combustíveis, em vigor desde 2023. Paralelamente, a tarifa dos táxis coletivos aumentou de 200 para 300 kwanzas, enquanto a dos autocarros urbanos subiu de 150 para 200 kwanzas.
Segundo os representantes do setor, o Governo não dialogou com as lideranças dos taxistas antes de implementar as mudanças. As entidades organizadoras da paralisação — entre elas ANATA, ATA, CTMF, ATLA, CTCS, 2PN e AB-TAXI — denunciam ainda a remoção de pontos de embarque e desembarque sem aviso prévio, a falta de formalização da atividade e o aumento do custo de peças e manutenção, como pneus, que triplicaram de valor nos últimos tempos.
Rafael Inácio criticou a ausência de reconhecimento institucional da profissão de taxista e defendeu a criação de uma carteira profissional para o setor. Ele afirmou que os protestos visam pressionar o Governo a rever as decisões tomadas e a abrir um canal de diálogo com os representantes da classe.
A adesão ao protesto, segundo os organizadores, deve ultrapassar os 60 mil taxistas em todo o país. Caso não sejam ouvidos, os líderes do movimento indicam que novas estratégias de mobilização serão elaboradas.
“O que queremos é que o executivo compreenda que medidas tomadas de forma unilateral podem trazer graves consequências”, afirmou Inácio, reforçando o pedido pela manutenção dos preços anteriores ao aumento.