A detenção de Osvaldo Caholo, ativista e defensor dos direitos humanos, está a gerar forte indignação entre membros da sociedade civil e organizações de direitos humanos, que denunciam o ato como arbitrário e politicamente motivado.
Segundo um comunicado divulgado nesta sexta-feira, assinado pelo ativista conhecido como Poeta Ukwanana, Caholo foi detido na manhã de hoje, por ordens que o documento qualifica como provenientes do “símbolo de um regime cada vez mais autoritário”. O ativista encontra-se sob custódia no Serviço de Investigação Criminal (SIC) Geral de Luanda, sem que tenham sido apresentadas acusações formais ou fundamentos legais que justifiquem a sua detenção.
“A prisão de Osvaldo Caholo é mais uma evidência de um estado de exceção silencioso que se vive em Angola”, afirma o comunicado, que critica a repressão contra cidadãos que expressam opiniões divergentes ou se envolvem em lutas sociais.
O documento exige a libertação imediata e incondicional do ativista, a responsabilização dos agentes envolvidos na detenção e o fim das perseguições contra jornalistas, estudantes, camponeses e outros defensores de causas sociais.
O apelo também foi dirigido à sociedade civil, movimentos sociais e organizações internacionais de direitos humanos, pedindo solidariedade e mobilização em defesa das liberdades fundamentais.
A detenção de Caholo ocorre num contexto de crescentes tensões entre o governo angolano e setores críticos da sociedade, sendo vista por vários analistas como mais um episódio de repressão política.
“Ditadura nunca mais”, conclui o comunicado, assinado por Poeta Ukwanana, que se apresenta como “porta-voz de quem não tem voz”.
Até ao momento, as autoridades não se pronunciaram oficialmente sobre o caso.