Angola deu um passo histórico no seu caminho rumo à soberania tecnológica e ao fortalecimento do setor espacial. Durante uma visita diplomática à França, o Presidente João Lourenço formalizou um acordo de financiamento no valor de USD 231,46 milhões com o governo francês para a construção do ANGEO-1, o primeiro satélite angolano de observação da Terra em alta resolução.
O projeto será executado pela Airbus Defence and Space uma das maiores referências globais na indústria aeroespacial, e simboliza o amadurecimento da cooperação bilateral entre Angola e França — uma parceria que já dura mais de seis anos.
O financiamento será viabilizado através de dois empréstimos com o banco francês **Société Générale** e cobre todas as etapas do projeto: desde o desenvolvimento técnico, passando pelo lançamento, até à operação do satélite em órbita.
O valor do acordo também se distribui entre 35,27 milhões e 189,99 milhões de euros, refletindo o compromisso de ambos os países em impulsionar iniciativas tecnológicas com impacto direto no desenvolvimento sustentável.
Mais do que um feito tecnológico, o ANGEO-1 representa uma ferramenta estratégica para Angola. Equipado com tecnologia de ponta em observação terrestre, o satélite será fundamental para:
Monitoramento ambiental e mudanças climáticas;
O”estão de desastres naturais com maior rapidez e precisão;
Apoio à agricultura e segurança alimentar”, através da análise de solos, cultivos e recursos hídricos.
Um dos pilares do projeto é a capacitação de especialistas angolanos. Estão previstas ações de formação técnica, intercâmbio académico e parcerias com universidades, com o objetivo de desenvolver um corpo técnico nacional altamente qualificado para liderar o setor espacial nos próximos anos.
“A construção do ANGEO-1 é mais do que uma conquista técnica — é um investimento no futuro humano e científico de Angola”, afirmou um porta-voz do Ministério das Finanças.
Este será o terceiro satélite angolano: após o AngoSat-1 (2017) e o AngoSat-2″ (2022), o ANGEO-1 será o primeiro dedicado exclusivamente à observação da Terra com fins civis e ambientais.
Com este lançamento, Angola consolida-se como um dos países africanos mais avançados no setor espacial, reforçando sua posição numa elite continental que aposta na tecnologia e inovação como motores do progresso.