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Polêmica em Alvalade: Fecho de cafés no dia do jogo do título gera revolta

by REDAÇÃO

Lisboa prepara-se para um sábado de grande emoção, com o Sporting à beira de conquistar um título histórico. No entanto, a antecipação da festa tem sido manchada por uma decisão controversa da Câmara Municipal: o encerramento forçado de 17 cafés e restaurantes nas imediações do Estádio José Alvalade, a partir das 13h.

Entre os espaços afetados está o conhecido restaurante Cantinho do Sá, ponto de encontro tradicional dos adeptos leoninos em dias de jogo. O proprietário, Bruno Sá, foi informado pela Polícia Municipal de que teria de fechar portas no sábado, mesmo com o restaurante já totalmente preparado para receber quase uma centena de pessoas em dois turnos ao almoço.

“Encomendei mais de 100 quilos de carne, 46 barris de cerveja e contratei reforços para a cozinha. Tinha tudo planeado”, lamentou Bruno em entrevista. Apesar do prejuízo estimado em milhares de euros, o empresário afirma que o maior problema não é financeiro:

“Não me importo de perder 10 mil euros se o Sporting for campeão. Mas alguém tem de se manifestar. O clube precisa agir.”

A revolta de Bruno Sá ecoa entre outros 16 comerciantes afetados pela medida, todos situados nas ruas adjacentes ao estádio. Muitos já tinham reservas feitas, estoque comprado e pessoal contratado para o que seria um dia de celebração. Agora, o sentimento é de frustração e incerteza.

A justificação dada pelas autoridades aponta para questões de ordem pública. Com a possibilidade de o Sporting se sagrar bicampeão após 71 anos, a expectativa de uma festa massiva nas ruas levou a autarquia a montar uma megaoperação de segurança.

Além do encerramento dos estabelecimentos, também haverá cortes de trânsito e o fecho temporário de estações de metro nas zonas do Parque Eduardo VII, Marquês de Pombal, Avenida da Liberdade e Picoas. As medidas visam evitar aglomerações descontroladas e garantir um ambiente seguro durante a possível celebração.

Mesmo assim, muitos comerciantes questionam a proporcionalidade da decisão. Bruno Sá destaca que, no dérbi da semana passada entre Benfica e Sporting, nenhuma medida semelhante foi adotada — o que acentua ainda mais o sentimento de injustiça.

“Está-se a transformar um ambiente de festa em tensão. Já falei com advogados. Se não houver reversão, posso avançar judicialmente”, afirma Bruno.

Com os tradicionais pontos de encontro fechados, resta saber onde os adeptos irão assistir ao jogo decisivo. Muitos devem espalhar-se pelas ruas ou procurar alternativas improvisadas, o que pode gerar mais desorganização e frustração.

Enquanto isso, o apelo dos comerciantes é claro: que o Sporting, como parte interessada e afetada, use a sua voz para dialogar com as autoridades. Afinal, para muitos, o futebol não é apenas paixão — é também sustento.

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