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Violência Policial contra mulheres em Luanda: Activistas denunciam repressão em manifestação pacífica

by REDAÇÃO

No último sábado, 28 de março, o Movimento Cívico MUDEI se manifestou contra a repressão policial que ocorreu durante uma manifestação pacífica no Largo das Heroínas, em Luanda. O evento, organizado pelo coletivo “Mulheres Unidas, Somos Mais Fortes”, tinha como objetivo destacar a violência de gênero e a falta de segurança para as mulheres em Angola, mas acabou sendo marcado por agressões e detenções arbitrárias por parte da polícia.

De acordo com o MUDEI, as mulheres que participaram da manifestação estavam exercendo um direito garantido pela Constituição da República de Angola, o direito à liberdade de expressão e manifestação. No entanto, o movimento denunciou que, em vez de serem protegidas, as manifestantes foram tratadas de maneira brutal pela polícia. Em uma nota de repúdio, o MUDEI expressou seu cansaço diante da violência sistemática que as mulheres enfrentam em manifestações, afirmando: “As mulheres são agredidas por quem deveria protegê-las.”

Testemunhas do incidente relataram que as ativistas foram alvo de ameaças, agressões verbais e detenções arbitrárias. O MUDEI classificou esse comportamento policial como um “desvio inaceitável dos princípios de uma sociedade que deveria ser segura para todos e todas.” O movimento chamou a atenção para o fato de que, em Angola, a violência contra as mulheres não se limita às suas casas ou bairros, mas também se estende ao espaço público, onde, em plena luz do dia, elas não estão seguras, nem mesmo ao exercer um direito legítimo.

O MUDEI exigiu a libertação imediata das ativistas detidas e reforçou seu apelo pelo fim da repressão às manifestações pacíficas. O grupo enfatizou que a manifestação visava chamar a atenção para questões urgentes relacionadas à violência de gênero, uma preocupação crescente em Angola, onde as mulheres continuam a ser alvo de discriminação, agressões físicas e psicológicas.

Até o momento, as autoridades angolanas não se pronunciaram sobre as detenções, e a situação continua a gerar indignação entre os defensores dos direitos humanos e organizações civis. A falta de uma resposta oficial levanta questionamentos sobre o compromisso das autoridades com a garantia dos direitos fundamentais e a proteção das mulheres no país.

Este episódio reflete uma realidade preocupante para as mulheres em Angola, que, mesmo buscando expressar pacificamente suas preocupações sobre a violência de gênero e a segurança pública, acabam sendo alvo de repressão por parte do próprio Estado. O MUDEI, ao denunciar esse ato de violência, coloca em evidência a urgência de mudanças nas políticas de segurança pública e de uma maior proteção aos direitos das mulheres, que devem poder manifestar suas opiniões sem o medo da repressão.

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