Na sexta-feira, um potente terramoto de magnitude 7,7 na escala de Richter abalou Myanmar e a Tailândia, deixando um rastro de destruição e sofrimento. O epicentro do sismo foi registrado perto de Mandalay, a segunda maior cidade de Myanmar, e, além da forte tremor, uma réplica de magnitude 6,4 se seguiu, intensificando ainda mais os danos.
Em Myanmar, o impacto foi devastador. Até o momento, foram confirmadas pelo menos 144 mortes e mais de 700 feridos. O chefe da junta militar de Myanmar, general Min Aung Hlaing, declarou em um discurso televisivo que o número de vítimas poderia aumentar nas próximas horas. As imagens das áreas afetadas mostram grande destruição, especialmente na capital Naypyidaw, onde edifícios públicos foram reduzidos a escombros e equipes de resgates continuam a buscar sobreviventes.
O governo local relatou a escassez de sangue nas regiões afetadas, e as imagens de estradas com fissuras, autoestradas danificadas, e a queda de uma ponte levantam preocupações sobre como as equipes de socorro conseguirão alcançar as zonas mais isoladas e de difícil acesso. A situação é ainda mais complicada pelo contexto de guerra civil que o país enfrenta desde 2021, quando os militares tomaram o poder de Aung San Suu Kyi. A violência em várias partes de Myanmar tornou o trabalho das organizações humanitárias ainda mais desafiador, com mais de três milhões de pessoas deslocadas internamente e cerca de 20 milhões vivendo em condições de extrema carência.
Em Mandalay, o terramoto destruiu o mosteiro Ma Soe Yane, um dos maiores da cidade, e também danificou o antigo palácio real. Além disso, uma barragem na região rompeu-se, provocando o aumento do nível das águas e trazendo ainda mais devastação para áreas de baixa altitude. Os moradores de Mandalay e de outras cidades afetadas continuam a enfrentar graves dificuldades, e o governo declarou estado de emergência em várias regiões, incluindo Naypyidaw e Mandalay.
A Tailândia também foi gravemente atingida, com o colapso de um arranha-céus em construção em Banguecoque, a capital do país. O edifício de 33 andares, que estava sendo erguido próximo ao mercado de Chatuchak, desabou repentinamente, causando a morte de pelo menos três pessoas, todas trabalhadores da construção civil. Além disso, mais de 90 pessoas estão desaparecidas, e os esforços de resgate continuam. Os socorristas conseguiram retirar algumas vítimas, mas a situação permanece tensa, com os destroços dificultando o acesso.
A queda do edifício gerou uma nuvem de poeira e interrompeu o tráfego na região central de Banguecoque, com sirenes de emergência e veículos de resgate ocupando as ruas já congestionadas. O sistema de transporte público, incluindo o metrô e o sistema de trânsito rápido, foi temporariamente fechado por precaução. As autoridades tailandesas também alertaram os residentes para se manterem ao ar livre caso ocorram mais réplicas.
Embora a área afetada seja conhecida por sua atividade sísmica, a intensidade e a extensão do terramoto surpreenderam muitos, especialmente na Tailândia, onde tremores de tal magnitude são raros. A tragédia em Myanmar e na Tailândia coloca um grande desafio para os serviços de emergência e as organizações humanitárias, que já enfrentam limitações devido à situação política e social no país.
Com o número de mortos e feridos em constante atualização, a comunidade internacional segue atenta ao desenvolvimento da situação e à resposta de resgate nas duas nações. A esperança é que os esforços de recuperação possam proporcionar alguma alívio para as vítimas desse desastre natural de grandes proporções.