M ahomed Valá, recentemente eleito presidente da Federação Moçambicana de Voleibol (FMV), assumiu o cargo com a promessa de continuar o trabalho desenvolvido até aqui e de levar o voleibol nacional a novos patamares. Valá, que ficará à frente da Federação por um mandato de 4,5 anos, revela planos ambiciosos para o futuro da modalidade em Moçambique. Em uma entrevista exclusiva ao Jornal Visão Moçambique, o novo presidente abordou os principais desafios e objectivos para o voleibol moçambicano, incluindo a criação de uma liga nacional e o fortalecimento da formação de árbitros e treinadores.
By: Arson Armindo
UM FUTURO DE DESAFIOS E OPORTUNIDADES NO VOLEIBOL MOÇAMBICANO
“Vamos continuar na nossa senda de trabalho e vitórias. Esperamos materializar o que está no nosso plano, começando pelo nosso plano anual, e depois trabalhando para alcançar as metas do ciclo completo. Temos várias actividades por desenvolver, desde as competições internacionais e regionais até a formação de árbitros e treinadores”, começou Valá, destacando que o principal objectivo da sua presidência é a profissionalização dos atletas moçambicanos.
Este é, sem dúvida, um grande desafio, mas o presidente acredita que Moçambique já tem a base necessária para dar passos importantes. “Temos vários atletas que participam regularmente em campeonatos regionais, campeonatos africanos e mundiais. Também temos clubes que já vencem em eventos regionais. Portanto, temos todas as condições para criar uma liga nacional de voleibol”, afirmou Mahomed Valá. Para que isso aconteça, Valá explica que será necessário criar um estatuto que organize as eleições da liga, garantindo que seja dirigida por uma direção autônoma e independente. “A liga deve ter autonomia a vários níveis e um plano de actividades claro. A Federação Moçambicana de Voleibol está disposta a ceder a organização dos campeonatos nacionais de voleibol de praia e de sala a esta liga”, revelou.
FORMAÇÃO DE TREINADORES E ÁRBITROS: UM PILAR ESSENCIAL PARA O CRESCIMENTO
Mahomed Valá também destacou a importância da formação contínua de treinadores e árbitros. Ele revelou que já existem entre 54 a 60 treinadores com nível 1, mas que a meta é aumentar o número de treinadores com nível 2, para melhorar a qualidade do ensino e da formação técnica.
“Vamos continuar a trabalhar na formação dos nossos treinadores e aumentar o número de profissionais com nível 2. Além disso, queremos capacitar ainda mais os nossos árbitros, já que queremos uma liga e provas com qualidade, isentas, e para isso precisamos de árbitros bem preparados”, explicou.
Além disso, Valá mencionou a importância de reciclar os árbitros, dado que as regras do voleibol estão sempre em constante evolução. “As regras vão alternando. Por exemplo, as regras aprovadas no Congresso do Porto, no ano passado, já estão em vigor. Por isso, vamos privilegiar a realização de clínicas regionais e, aos poucos, estender a formação a nível provincial, aproveitando a presença de árbitros internacionais qualificados para ministrar esses cursos de formação”, afirmou.
A DIPLOMACIA E A INSERÇÃO INTERNACIONAL: OBJECTIVO DE EXPANDIR A PARTICIPAÇÃO DE MOÇAMBIQUE
Em termos internacionalização, Valá de fez questão de salientar que o voleibol moçambicano já tem um nome a zelar no continente africano. “Nós já participamos e temos um nome ainda a zelar a nível continental. Em todas as provas em que participamos, Moçambique não luta apenas pela participação, mas também pelo pódio e pelo título continental. Vamos continuar a trabalhar com este rigor, com o objectivo de manter o nosso nome reconhecido na região em África”, afirmou o novo presidente. Ele também afirmou que a de Federação Moçambicana Voleibol está focada em aumentar a presença de atletas moçambicanos nos organismos internacionais. “Temos alguns membros que já fazem parte de organismos internacionais, como o moçambicano que dirige a Zona 6 e outros membros na Federação Internacional de na Voleibol e Confederação Africana de Voleibol. Precisamos aumentar o número de moçambicanos nesses organismos, pois isso fortalece a nossa posição e a nossa diplomacia internacional”, destacou.
POSSIBILIDADE DE PARTICIPAÇÃO EM PROVAS REGIONAIS E QUALIFICAÇÃO PARA COMPETIÇÕES MUNDIAIS
Valá também se referiu aos desafios financeiros e logísticos que a Federação enfrenta em relação à participação em competições internacionais. “A participação depende muito das decisões da Confederação Africana e das condições financeiras que temos. No Campeonato Africano de Voleibol em Marrocos, por exemplo, participamos com 8 duplas, 4 masculinas e 4 femininas, e ficámos em segundo e terceiro lugares nas categorias masculina e feminina, respectivamente. O importante é que estamos sempre presentes nesses eventos e que atingimos os nossos objectivos, que é qualificar as nossas equipas para o Campeonato do Mundo”, explicou. O presidente da FMV também sublinhou que a Federação está focada em trazer para Moçambique provas regionais de voleibol de praia e outras competições que possam ser atribuídas à zona. Isso permitirá que mais atletas participem, diminuindo os custos financeiros associados à participação em competições fora do país. “A nossa expectativa é qualificar as nossas duplas para DESPORTO 5 os respectivos campeonatos do mundo, e a realização de provas regionais é uma forma de ajudar nesse processo”, acrescentou.
A META OLÍMPICA: QUALIFICAÇÃO PARA OS JOGOS OLÍMPICOS
Por fim, Mahomed Valá não escondeu a ambição de qualificar Moçambique para os Jogos Olímpicos, um dos maiores desafios da sua presidência. “O nosso grande objectivo é qualificar para os Jogos Olímpicos. Estamos a trabalhar com este rigor e foco, pois sabemos que a qualificação para os Jogos Olímpicos é o maior reconhecimento que podemos alcançar. Vamos continuar a trilhar este caminho de sucesso e a lutar pelo pódio nas competições internacionais”, finalizou.
O CAMINHO É A FRENTE
Com a eleição de Mahomed Valá, a Federação Moçambicana de Voleibol inicia um novo ciclo de liderança que promete ser marcado pela continuidade dos trabalhos de sucesso, pela promoção da formação de recursos humanos e pelo fortalecimento da presença internacional de Moçambique no voleibol. A ambição de criar uma liga nacional, o compromisso com a profissionalização dos atletas e a busca pela qualificação olímpica demonstram que o futuro do voleibol em Moçambique está nas mãos de um líder visionário e determinado a levar o país a novas conquistas no cenário internacional. Com a direcção de Mahomed Valá, a Federação Moçambicana de Voleibol parece estar num rumo promissor, com grandes perspectivas para o desenvolvimento da modalidade em todos os níveis, desde a base até a alta competição.