A recente plenária da Assembleia Nacional de Angola gerou um intenso debate entre o partido no poder, o MPLA, e a maior força da oposição, a UNITA. O tema central da discussão foi o reconhecimento dos feitos durante os 50 anos de Independência Nacional de Angola, com o MPLA desafiando a UNITA a apresentar os “grandes feitos” alcançados pelo partido ao longo desse período.
Joaquim António Carlos dos Reis, líder do Grupo Parlamentar do MPLA, durante sua declaração no Parlamento, sugeriu que seria uma boa oportunidade para a UNITA, “aproveitando este palco (Assembleia Nacional) ou outro qualquer”, listar as suas contribuições para o desenvolvimento do país desde a independência, para que o povo angolano tivesse conhecimento de suas ações.
Segundo o partido no poder, o processo de reconstrução de Angola, embora repleto de desafios, representa uma demonstração da “resiliência e compromisso” do governo em construir um futuro próspero e sustentável para os cidadãos angolanos. O MPLA também lamentou que, ao anunciar a realização do seu 8º Congresso Extraordinário, o Grupo Parlamentar da UNITA tenha emitido um comunicado “especulativo e falacioso”, insinuando que havia uma crise de liderança no MPLA, o que, segundo o partido governista, é uma “autêntica mentira”.
Joaquim António Carlos dos Reis criticou a UNITA por usar uma “linguagem falaciosa”, lembrando que os antigos líderes da oposição foram derrotados pela história e que os novos líderes seguem o mesmo caminho. O deputado defendeu que o congresso do MPLA foi realizado “de forma tranquila” e em um ambiente de “forte coesão e unidade” em torno do presidente João Lourenço, refutando as acusações feitas pela UNITA sobre supostas divisões internas.
Por outro lado, a UNITA reagiu afirmando que a Independência de Angola “não deve ser confundida com os objetivos políticos de quem está no poder”, e que a soberania do povo angolano não deve ser associada à autoridade do Estado. O líder do Grupo Parlamentar da UNITA, Liberty Chiaka, destacou que, embora seja importante celebrar os 50 anos de Independência de Angola, o mais crucial é olhar para o futuro do país. Segundo ele, preservar a Independência Nacional não significa defender o “partido-Estado” ou as supostas “fraudes eleitorais” que a oposição critica.
A troca de declarações entre os dois partidos reflete a contínua polarização política em Angola, especialmente no contexto da celebração dos 50 anos de Independência Nacional. Ambos os lados destacam a importância do momento, mas com visões distintas sobre o que realmente representa a Independência e o futuro do país.