O caso das gémeas luso-brasileiras continua a gerar grande repercussão, com novas informações surgindo durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a situação. Recentemente, foram reveladas mensagens trocadas entre Nuno Rebelo de Sousa, filho do presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o empresário José Magro, fornecendo detalhes sobre como o filho do presidente tentou resolver o problema das meninas com atrofia muscular espinhal.
Em outubro de 2019, Nuno Rebelo de Sousa enviou um e-mail a Belém pedindo ajuda para o caso das gémeas, com a intenção de garantir que elas recebesse o tratamento necessário. O presidente Marcelo Rebelo de Sousa confirmou, em dezembro de 2023, que havia recebido a correspondência de seu filho e encaminhado o caso para a Procuradoria-Geral da República e para o Governo, considerando a burocracia como um dos maiores desafios a ser superado.
As mensagens trocadas entre Nuno Rebelo de Sousa e José Magro, que foram acessadas pela TVI, mostram o esforço do filho do presidente em encontrar uma solução para a situação das meninas. Um dos primeiros contatos foi feito através de um e-mail a 21 de outubro de 2019, com Nuno Rebelo de Sousa dizendo que iria “escalar o problema” e reconhecendo que a situação era difícil. Ele relatou dificuldades na comunicação com médicos portugueses e expressou frustração pela falta de apoio direto.
Nas mensagens, Nuno Rebelo de Sousa descreve as dificuldades enfrentadas pela mãe das gémeas, que, segundo ele, não conseguia contato com médicos e estava lutando para conseguir os documentos necessários para trazer as meninas a Portugal. Em uma mensagem de 15 de outubro, ele comenta sobre a falta de respostas dos médicos e sobre a urgência da situação, mencionando que estavam trabalhando para levar as meninas o mais rápido possível para Portugal.
José Magro, por sua vez, sugeriu que a mãe das meninas escrevesse um e-mail ao diretor do Hospital dos Lusíadas, mencionando o caso e o interesse em entrar em contato com a médica Teresa Moreno. Na sequência, ele comunicou a Nuno Rebelo de Sousa que a médica já estava em contato com a mãe das meninas, o que gerou uma resposta do filho do presidente agradecendo, mas expressando ainda insegurança quanto à resolução do problema.
Em outro e-mail enviado a 22 de outubro, Nuno Rebelo de Sousa reafirma que estava tentando “escalar o problema” e considera a situação uma “tarefa difícil”, especialmente devido à burocracia envolvida. Ele também revela que estava focado em garantir os Cartões de Cidadão das meninas, um passo importante para poder providenciar o tratamento necessário.
O empresário José Magro, ouvido pela CPI em outubro de 2024, esclareceu que sua intervenção no caso foi limitada a fornecer o contato da médica Teresa Moreno, especializada no tratamento da atrofia muscular espinhal. Magro afirmou que não marcou consultas nem tomou medidas mais diretas, mas apenas ajudou a conectar a família com os profissionais de saúde adequados.
Esse episódio revela as complexidades do sistema burocrático português e a mobilização de várias pessoas, incluindo o próprio presidente da República, para tentar ajudar a garantir o tratamento necessário para as meninas. A comissão de inquérito continua a investigar as circunstâncias do caso, enquanto novas informações continuam a surgir.