O jornalista angolano Marcelino Gimbi, conhecido por seu trabalho na emissora independente Rádio Despertar, foi forçado a abandonar o país devido a ameaças e agressões sofridas nos últimos meses. A decisão surge uma semana após a manifestação de jornalistas angolanos pela liberdade de imprensa e contra as agressões aos profissionais da área.
Há três meses, Marcelino Gimbi foi alvo de ameaças por parte de desconhecidos, culminando em dois ataques violentos contra ele e sua esposa. Em um dos episódios, o jornalista foi ferido com uma arma branca em sua residência e, em outra ocasião, na via pública. Durante essas agressões, os agressores também ameaçaram matar o filho de 17 anos do casal, o que agravou ainda mais a situação de risco para a família.
Apesar de ter registrado queixas na polícia, os agressores ainda não foram identificados, deixando a situação sem esclarecimentos e gerando uma sensação de impunidade. A decisão de Gimbi de deixar Angola reflete um contexto crescente de insegurança para jornalistas no país, especialmente em um momento em que a liberdade de imprensa tem sido um tema central, com manifestações em defesa dos direitos dos profissionais da comunicação.
O presidente João Lourenço, que havia apoiado a manifestação de jornalistas, agora se vê confrontado com a falta de respostas concretas sobre as agressões a jornalistas. A ausência de esclarecimentos por parte dos órgãos responsáveis aumenta as preocupações com a liberdade de expressão e a segurança dos profissionais da mídia em Angola.