O governo dos Estados Unidos anunciou uma nova concessão de US$ 458 milhões à Zâmbia para impulsionar o crescimento agrícola e facilitar o acesso dos agricultores locais a mercados regionais e globais. Esse aporte é parte da iniciativa Parceria do G7 para Infraestrutura e Investimento Global, lançada na Cúpula do G7 no Japão, em 2023.
O projeto, conhecido como Corredor de Lobito, busca integrar e fortalecer a logística e infraestrutura de países africanos, conectando a África Central e Oriental e proporcionando um corredor estratégico que une os oceanos Atlântico e Índico.
O Corredor de Lobito se estende por Angola, Zâmbia e Tanzânia e é visto como uma infraestrutura crítica para conectar a região. Com esse investimento, a MCC (Corporação Millennium Challenge) busca desenvolver ainda mais as ligações comerciais e de transporte, oferecendo à Zâmbia e aos países vizinhos uma alternativa econômica e eficiente para o escoamento de seus produtos. Esse projeto, além de fortalecer a agricultura zambiana, vem em um contexto de disputa geopolítica pela influência em regiões ricas em minerais estratégicos, como a Zâmbia.
Além dos fundos destinados ao Corredor de Lobito, os EUA investiram US$ 4 milhões no projeto, enquanto a China destinou US$ 1 bilhão para a renovação da ferrovia Tazara, que conecta Dar es Salaam, na Tanzânia, a Kapiri Mposhi, na Zâmbia.
Antony J. Blinken, Secretário de Estado dos EUA, enfatizou que o projeto visa promover um crescimento econômico inclusivo na Zâmbia, especialmente para as comunidades rurais. “Esse investimento sem dívidas de US$ 458 milhões dos EUA, aliado a uma contribuição de US$ 33 milhões da Zâmbia, visa fortalecer a infraestrutura rural, facilitar o acesso a mercados, e apoiar as reformas políticas que promovam o desenvolvimento agrícola sustentável”, disse Blinken em comunicado recente.
O projeto foi formalizado em uma cerimônia em Lusaka, capital da Zâmbia, com a presença da CEO da MCC, Alice Albright, e do Ministro das Finanças da Zâmbia, Situmbeko Musokotwane. Durante o evento, Albright destacou a importância do acordo para o desenvolvimento regional: “A Zâmbia tem potencial para se tornar uma grande fornecedora de produtos agrícolas, tanto para o mercado regional quanto para o mercado global”, afirmou.
A parceria entre os EUA e a Zâmbia, batizada de “Compacto de Agricultura para o Mercado”, foca na criação de uma infraestrutura sólida que dê suporte ao setor agrícola, um pilar econômico do país. Os investimentos incluem a modernização de estradas rurais, a expansão do acesso a financiamento para irrigação, eletrificação e logística, além de instalações de armazenamento e processamento de produtos agrícolas.
A MCC, conhecida por suas exigências de boa governança e transparência para a concessão de fundos, espera que o Compacto sirva de base para novas oportunidades econômicas na Zâmbia. Segundo o presidente Hakainde Hichilema, esse é um marco importante nas relações com os EUA, consolidando uma parceria voltada para o crescimento sustentável e a segurança alimentar.
O Corredor de Lobito é mais do que uma infraestrutura logística; representa um avanço estratégico para a integração dos mercados africanos, especialmente no contexto da crescente demanda global por minerais e produtos agrícolas da região. Com o apoio dos EUA, a Zâmbia agora conta com um suporte robusto para aprimorar sua competitividade agrícola e expandir sua influência comercial, consolidando-se como um elo fundamental entre os oceanos Atlântico e Índico.
Essa parceria simboliza o compromisso de Washington com o desenvolvimento sustentável da África, reforçando os laços econômicos e promovendo uma alternativa de desenvolvimento local em um cenário global de competitividade geopolítica.