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Biden minimiza ameaças de Putin em meio a discussões sobre o conflito na Ucrânia

No último dia 13 de setembro de 2024, o Presidente dos EUA, Joe Biden, se reuniu com o Primeiro-Ministro britânico, Keir Starmer, na Casa Branca. O encontro tinha como um dos principais pontos de discussão a possibilidade de permitir que a Ucrânia utilize os mísseis Storm Shadow, fabricados no Reino Unido e nos Estados Unidos, contra alvos em território russo.

Apesar da tensão em torno do tema, Biden desconsiderou as recentes ameaças de Vladimir Putin sobre o risco de uma guerra com o Ocidente caso armas ocidentais fossem usadas pela Ucrânia contra a Rússia. Sem confirmar qualquer decisão sobre o uso dos mísseis, o presidente norte-americano reiterou o compromisso em apoiar a Ucrânia na defesa contra a agressão russa. “O povo da Ucrânia prevalecerá”, afirmou, evitando mencionar diretamente o armamento de longo alcance.

Quando questionado sobre as ameaças de Putin, Biden respondeu de maneira desdenhosa: “Não penso muito sobre Vladimir Putin”.

Starmer, por sua vez, também evitou o assunto dos mísseis em suas declarações iniciais, mas destacou a importância de continuar apoiando a Ucrânia: “As próximas semanas e meses podem ser decisivos. É crucial que apoiemos a Ucrânia nessa luta pela liberdade”, comentou o primeiro-ministro britânico.

A mídia britânica, como o jornal *The Guardian*, já havia noticiado que tanto os EUA quanto o Reino Unido tomaram decisões confidenciais sobre a possibilidade de autorizar o uso dos mísseis Storm Shadow pela Ucrânia para atacar mais profundamente o território russo. Fontes do governo americano indicaram que Starmer estaria buscando a aprovação de Biden para tal uso, já que parte dos componentes dos mísseis é fabricada nos Estados Unidos.

No entanto, os EUA têm sido cautelosos ao permitir que a Ucrânia acesse certos armamentos que possam resultar em uma escalada do conflito. Esse temor é compartilhado pela Rússia, que, por meio de seu embaixador nas Nações Unidas, Vasily Nebenzya, afirmou que a OTAN estaria envolvida diretamente na guerra caso permitisse o uso dessas armas contra a Rússia. “Isso não é um jogo. A OTAN estará envolvida em hostilidades contra uma potência nuclear”, alertou o representante russo.

Putin também reafirmou sua postura em um discurso em São Petersburgo, advertindo sobre as consequências de um eventual uso dessas armas por parte da Ucrânia. Essas ameaças foram ecoadas pela imprensa russa, com o jornal *Comersant* declarando que “Putin traçou sua linha vermelha”.

Dmitry Medvedev, ex-presidente russo e atual vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, também emitiu uma declaração contundente. Ele sugeriu que a Rússia poderia retaliar de maneira significativa, inclusive com o uso de armas convencionais para destruir Kiev, caso a Ucrânia recebesse autorização para usar mísseis de longo alcance fornecidos pelo Ocidente.

Por outro lado, o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskyy defendeu veementemente a autorização para atacar alvos estratégicos em solo russo, acreditando que isso pode alterar o rumo da guerra. Em um discurso na Reunião de Estratégia Europeia de Yalta, Zelenskyy enfatizou que Putin não precisa de aprovação para realizar ataques na Ucrânia, destacando a importância de uma ação conjunta para neutralizar as ameaças russas.