Portugal, tão criticado pelas exibições ao longo da competição, olhou para a França nos olhos e não seria injusto se tivesse chegado às ‘meias’ do Europeu. Tudo ficou decidido nos penáltis, mas desta vez não houve milagres, apenas um poste que tramou a Seleção Nacional.
A Seleção Nacional diz adeus ao Campeonato da Europa, após, talvez, a melhor exibição no torneio, num jogo dramático com a França nos ‘quartos’, que só ficou decidido nas grandes penalidades. A sensação não podia ser mais agridoce. Veja aqui o filme do encontro.
O onze de Portugal foi aquele que todos esperavam, o mesmo que jogou diante da Turquia e da Eslovénia: Diogo Costa, Cancelo, Rúben Dias, Pepe, Nuno Mendes, João Palinha, Vitinha, Bruno Fernandes, Bernardo Silva, Rafael Leão e Cristiano Ronaldo.
Já Didier Deschamps, impedido de usar Rabiot, lançou Camavinga de início, num onze de França que também teve como surpresa a presença de Kolo Muani no ataque, acompanhado por Mbappé e Griezmann.
Rasgo de Leão, controlo de Vitinha
A primeira parte foi marcada por um grande equilíbrio entre duas equipas que não encantaram ao longo do torneio. Portugal pouco sofreu, com Pepe, Palhinha e toda a linha defensiva muito concentrada, mas também pouco ameaçou a França, que ‘encaixotava’ Ronaldo entre os seus centrais.
Ainda assim, havia um elemento diferente de todos os outros. Rafael Leão entrou com tudo, dando seguimento à boa exibição nos ‘oitavos’ contra a Eslovénia, e foi o principal ponto de desequilíbrio (positivo) da equipa das quinas, partindo para cima de Koundé sempre que tinha a oportunidade.
Bernardo ajudava na construção, não se limitando ao corredor direito, e Vitinha mostrava mais uma vez grande critério para direcionar os passes. Mas faltavam grandes chances para, efetivamente, ameaçar a baliza rival – um problema recorrente neste Euro para Portugal, mas também para a França, que chegou a este encontro com um penálti e dois autogolos.
10 minutos, 4 oportunidades
As duas equipas regressaram do intervalo com os mesmos jogadores. E o jogo também continuou muito parecido. Mas, aos 60 minutos, finalmente uma oportunidade flagrante. Saiu pela direita, após um excelente passe de João Cancelo a desmarcar Bruno Fernandes, que obrigou Maignan a fazer uma grande defesa.
Dois minutos depois, agora pela esquerda, outra combinação quase resultou em golo. Uma tabelinha entre Vitinha e Leão deixou o médio do PSG dentro da área, sozinho, a atirar para outra intervenção crucial do guarda-redes francês.
Aos 65′, foi a vez da França causar perigo pela primeira vez. Kolo Muani apareceu na cara de Diogo Costa, mas o remate foi desviado por um corte de Rúben Dias e saiu para canto. Camavinga, na jogada seguinte, também ficaria a centímetros de abrir o marcador. Quatro lances de perigo, em 10 minutos, que incendiaram o jogo.
E se Rafael Leão era o grande ‘abre latas’ de Martínez, Deschamps respondeu com a entrada de Dembelé. O impacto foi imediato e a França começou a ameaçar pela direita. As primeiras mudanças de Portugal vieram em dose dupla: Francisco Conceição e Nélson Semedo para os lugares de Bernardo Silva e Cancelo.
Nos penáltis o poste foi vilão
Com drama até ao fim, o encontro seguiu para o prolongamento, com Portugal a ter mais bola e a controlar as ações na maior parte do tempo.
A Seleção tinha uma posse de pouco risco, com receio do contra-ataque francês, somado provavelmente a algum nervosismo natural para uma eliminatória deste nível. Ainda assim, foram surgindo algumas oportunidades. Leão e Félix, por exemplo, estiveram perto de marcar.
Tudo ficou decidido nos penáltis. Diogo Costa não conseguiu repetir os milagres que fez diante da Eslovénia e Félix acertou no poste. Theo Hernandez marcou o último, que garantiu a vitória da França.