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Uma “missão heróica” preparada ao longo de “várias semanas”. Como o exército de Israel conseguiu salvar os quatro reféns

A operação “arriscada” aconteceu em plena luz do dia, numa das zonas mais recônditas da Faixa de Gaza. Ao longo de semanas os serviços de informação recolheram dados e tropa de elite executou a missão.

A operação especial foi “preparada ao longo de várias semanas” e avançou nesta manhã de sábado, em plena luz do dia e numa das zonas mais recônditas da Faixa de Gaza, onde existem vários campos que acolhem deslocados. O salvamento de quatro reféns que estavam nas mãos do Hamas, na região de Nuseirat, foi o resultado de uma missão considerada “heróica” (pelo ministro da Defesa israelita) que envolveu não só os serviços de informação (Shin Bet) como, também, a força de elite Yamam.

Noa Argamani, com 25 anos, Almog Meir Jan, com 21, Andrey Kozlov, de 27, e Shlomi Ziv, o mais velho dos quatro, com 40 anos, tinham sido sequestrados pelo Hamas durante o festival de música eletrónica Supernova, no dia histórico de 7 de outubro de 2023.

No X (antigo Twitter), as Forças de Defesa de Israel divulgaram imagens do resgate de Noa Argamani.

Duzentos e quarenta e cinco dias depois, durante “uma difícil operação especial em Nuseirat, os quatro reféns israelitas foram libertados”, indicou o exército israelita em comunicado. Pouco depois, o porta-voz Daniel Hagari dava mais detalhes sobre a operação que chamou de “arriscada“.

O responsável indicou que enquanto tentavam os reféns, as “centenas de militares” envolvidos na operação estavam “sob fogo” constante, disparado pelos operacionais do Hamas. As balas atingiram um dos membros da tropa de elite que executou a operação – ficou ferido com gravidade e foi levado para um hospital para receber tratamento, indicaram as autoridades israelitas, sem especificar o nome do militar.

Esta foi a terceira vez que Israel conseguiu libertar reféns, com vida, desde o início da operação em Gaza, iniciada após o ataque de 7 de outubro. Mas esta foi a operação de maior envergadura, até agora, envolvendo até um helicóptero a sobrevoar os dois edifícios pelos quais estavam distribuídos estes quatro reféns.

“Durante a operação, atingimos ameaças contra as nossas forças na região”, disse Daniel Hagari, sem esclarecer quantos operacionais do Hamas Israel acredita ter neutralizado. A Al Jazeera cita informações, não confirmadas oficialmente, de que Israel terá matado pelo menos 47 palestinianos nesta operação – um número que pode incluir mulheres e crianças.

O porta-voz das Forças de Defesa de Israel referiu, apenas, que as “forças do Hamas” foram atingidas a “partir de terra, ar e mar, de modo a permitir o resgate dos reféns”.

A operação terá sido acompanhada, de perto, pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e pelo ministro da Defesa (Yoav Gallant), a partir de uma sala nas instalações dos serviços de informação (Shin Bet).

Os reféns “estão em boas condições” de saúde e foram transferidos para um centro médico para exames médicos adicionais. Já há imagens da única mulher entre os quatro reféns, Noa, a reunir-se com o pai e com outros familiares e amigos.

Israel contabiliza 120 reféns ainda detidos em Gaza, dos mais de 250 raptados a 7 de outubro. Acredita-se, porém, que cerca de um terço destes 120 possam ter morrido (ou sido mortos) ao longo destes últimos meses. Com o salvamento destes quatro reféns, sobe para sete o número de reféns libertados através de operações militares.

Para o Hamas, o facto de Israel ter agora conseguido “libertar [apenas] quatro reféns ao fim de nove meses de combate não é um sucesso, é uma prova do falhanço de Israel