Os esforços da Rússia concentram-se na região de Kharkiv, mais precisamente nos combates pelo controlo da cidade de Vovchansk.
O presidente russo Vladimir Putin confirmou, esta sexta-feira, que a Rússia está a tentar criar uma zona-tampão na região de Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, junto à fronteira russa, mas diz que não lhe interessa tomar a capital da região e segunda maior cidade da Ucrânia.
“Quanto ao que está a acontecer em Kharkiv, a culpa também é deles (ucranianos)”, disse Putin, durante a visita oficial à China. “Porque eles disparam e, infelizmente, continuam a disparar contra zonas residenciais dos territórios fronteiriços, incluindo Belgorod. Estão a morrer civis nessas zonas. Estão a atacar o centro da cidade, zonas residenciais. Eu disse publicamente que, se isto continuar, seremos obrigados a criar uma zona de segurança, uma zona sanitária. É isso que estamos a fazer. Quanto a Kharkiv, não existem atualmente planos desse tipo (para capturar a cidade)”, acrescentou o presidente da Rússia.
Com os combates na Ucrânia a concentrar-se nesta região, as forças armadas da Rússia são incapazes de qualquer avanço importante, diz o principal oficial militar da NATO.
Estes comentários surgem no momento em que as forças ucranianas se envolvem em ferozes batalhas com as tropas russas pelo controlo de Vovchansk, uma cidade-chave nesta região, de onde as forças ucranianas estão a retirar milhares de habitantes.
Diz o general Christopher Cavoli, comandante supremo aliado na Europa: “Os russos não têm os números necessários para fazer um avanço estratégico, não acreditamos. Mais concretamente, não têm a competência e a capacidade para o fazer, para operar à escala necessária para explorar qualquer avanço com vantagem estratégica”.
Kiev afirma ter travado o avanço da Rússia, mas um alto funcionário de Moscovo diz que o exército russo tem recursos suficientes para continuar.
Vovchansk tem sido o centro dos combates nos últimos dias. A operação russa na região de Kharkiv começou na semana passada. Esta é incursão fronteiriça mais significativa desde que a invasão em grande escala começou em 2022 e tem como objetivo criar uma zona-tampão na fronteira para evitar novos ataques ucranianos, como os que atingiram Belgorod recentemente.