O diretor do liceu Maurice Ravel, em Paris, França, renunciou ao cargo depois de ter sido alvo de ameaças de morte nas redes sociais, por ter pedido a três alunas que não usassem o véu islâmico na cabeça enquanto estivessem na escola, de acordo com a lei francesa que proíbe o uso de símbolos religiosos em espaços públicos.
Tudo aconteceu no final de fevereiro e o pedido não foi bem aceite por uma das estudantes, que rejeitou retirar o lenço. A jovem apresentou queixa contra o docente, alegando que foi maltratada e que sofreu “uma forte pancada no braço”, queixa que foi, entretanto, indeferida.
Os políticos franceses já expressaram apoio ao diretor. O primeiro-ministro e ex-ministro da Educação, Gabriel Attal, recebeu o docente no seu gabinete, e anunciou que o Estado “irá apresentar uma queixa por denúncia caluniosa” contra a estudante que acusou injustamente o diretor de agressão após se recusar a retirar o véu.

O Parlamento francês proibiu, em 2004, o uso do véu islâmico nas escolas para garantir a neutralidade e secularidade das instituições estatais, e no ano passado estendeu a proibição à ‘abaya’, uma veste comprida usada pelas mulheres muçulmanas.
Entretanto, um homem de 26 anos foi detido por ser o alegado responsável das ameaças contra o diretor e deverá ser julgado em abril.