O Presidente da Guiné-Bissau considera que os jornalistas são da “oposição” e ameaça acabar com as entrevistas a “analistas políticos” sobre a situação política do país. Diz Umaro Sissoco Embaló que os jornalistas “têm responsabilidades” na imagem do país e que “não devem transmitir só o que é mau”.
Na avenida Amílcar Cabral, após a inauguração da reabilitação da avenida, o chefe de Estado guineense virou as baterias para os profissionais da comunicação social, “penso que vocês são todos da oposição”, considerou que os “jornalistas devem ter liberdade” mas “ninguém tem direito de mentir” nem “devem alugar pessoas para insultar os outros”.
Sissoco Embaló criticou também a audição de analistas sobre a situação política do país, sublinhando que essa prática não é corrente noutros países, “seja Angola, Moçambique, São Tomé ou Senegal” e diz que vai acabar com essa “anarquia”.
Todos os jornalistas que aqui estão poderíamos pensar que são todos da oposição.
Podem ver televisão de Angola, Moçambique, São Tomé, em toda a parte, Senegal: não vão ver jornalistas a correr a ouvir pessoas que dizem que são analistas políticos, pessoas que não conseguem analisar nem a própria cabeça, mas dizem que são panalistas políticos.
É só na Guiné-Bissau, mas essa desordem vai acabar.
Essa anarquia, vamos aos poucos [acabar com ela], mas esse país tem de ser respeitado.
Mas infelizmente são os próprios filhos da Guiné que têm esse complexo, mas porquê? Fizemos uma luta de libertação brilhante, os outros seguiram o nosso exemplo para serem independentes.
Quando é que se vê na France 24 o que a RTP aqui faz? Vai à procura de qualquer um e diz que é analista político. Só na RTP e só na Guiné-Bissau, mas vamos acabar com isso.
O chefe de Estado da Guiné-Bissau dirigiu-se ainda aos guineenses da diáspora, aos que falam mal da Guiné-Bissau, lembrando que quando voltarem ao país terão à espera deles Botche Candé, o ministro do Interior.