No que diz respeito aos gastos militares exigidos pela NATO, Montenegro diz que a meta de 2% do PIB é “difícil”, enquanto Pedro Nuno Santos considera que o compromisso “deve ser respeitado”.
Todos os partidos defendem que se deve continuar a apoiar militar e financeiramente a Ucrânia, numa altura em que fazem dois anos desde a invasão russa, no debate promovido pelas rádios — que não contou com a presença do Chega –, com exceção do PCP. Paulo Raimundo explica que o partido defende o financiamento para a reconstrução e recuperação, mas é contra o apoio militar. Já no que diz respeito aos gastos militares, Montenegro diz que a meta de 2% do PIB “é difícil” de concretizar nesta legislatura, enquanto Pedro Nuno Santos considera que o compromisso “deve ser respeitado”.
Foi pedido aos líderes partidários que dessem uma resposta de sim ou não à questão: “o apoio financeiro e militar à Ucrânia deve continuar?”. A maioria respondeu um simples sim, enquanto Paulo Raimundo teve de explicar que concorda em dar “todo o financiamento à reconstrução e recuperação das instalações que foram destruídas”, mas salienta: “Andamos há dois anos nisso”. Por isso, é “contra o apoio militar”.
Devem-se “empenhar todos os esforços na procura da paz, que é fundamental para o povo ucraniano e russo”, defende o líder da coligação CDU, apontando que as consequências do apoio militar “estão à vista” dois anos depois.
No debate, foi também discutida a meta dos 2% do Produto Interno Bruto em despesa militar, definida pela NATO. Luís Montenegro assume que considera “difícil” atingir este objetivo na legislatura, já que existe um “desafio social à nossa frente”. “Portugal está comprometido em reforçar a despesa na defesa”, salienta, mas tem “dúvidas que na próxima legislatura” se consiga “atingir o objetivo”.
Já Pedro Nuno Santos defende que “há um compromisso assumido com a NATO, no final da década, o compromisso é para ser respeitado”. O líder do PS defende que se deve “aproveitar o investimento para modernizar e desenvolver a nossa indústria”, salientando também que foi feito um “compromisso do Estado português”, que “vai cumprir com os seus aliados”. “Vivemos num tempo de incerteza, não há espaço para hesitação em Portugal”, reitera, sendo que o compromisso “vai ser cumprido ao mesmo tempo que fazemos outros avanços”.
À esquerda, defende-se a valorização das forças armadas sem “subordinar” à NATO. Para Mariana Mortágua, os “gastos em defesa devem ser os necessários para o país e não para se subordinar“. “Temos de ver se apenas servem para os interesses estrangeiros”, diz a coordenadora bloquista. Já Paulo Raimundo defende que se deve “valorizar quem está nas forças armadas”, mas lamenta o “consenso” para “transferir 2% para a NATO”, que terá prioridades diferentes das nacionais. Inês Sousa Real alerta para o impacto ambiental do equipamento militar, enquanto Rui Tavares considera que “os gastos militares devem ser aumentados nos veteranos”.
Rui Rocha, por sua vez, responde a outra questão rejeitando a possibilidade de regresso do serviço militar obrigatório, “até porque a Defesa e Forças Armadas precisam de especialização que não é compatível com uma recruta que não serve para nada a não ser os jovens perderem tempo”, justifica. Todos os partidos concordaram quenão se deve regressar ao serviço militar obrigatório.