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Angola gastou USD 1.5 mil milhões com a importação de arroz de 2018 a 2022

O Ministério da Agricultura reafirma o compromisso da construção de três laboratórios agroalimentares nas províncias do Zaire, Namibe e Moxico para dar respostas aos serviços de controlo de qualidade dos alimentos.

Angola gastou, com a importação de arroz, de 2018 a 2022, mais de USD 1.5 mil milhão, de acordo com dados avançados pelo director Nacional das Florestas, Domingos Veloso.

O responsável que falava, ontem, na abertura da VI Conferência Revista Economia & Mercado sobre “As metas e os desafios da produção de cereais em Angola”, disse que o consumo médio anual de arroz nas famílias angolanas ronda as 500 mil toneladas e a produção interna, actualmente cifrada abaixo das 30 mil toneladas, ainda está longe de dar resposta às necessidades.

O responsável salientou que uma parte considerável dos alimentos que chegam à mesa dos angolanos, com destaque para os cereais, continua a ser obtida de importações, absorvendo enormes quantida des de divisas que poderiam servir para alavancar a produção interna destes produtos.

Domingos Veloso referiu que a resposta para os baixos níveis de produção do arroz e demais produtos agrícolas está na remoção dos constrangimentos ainda existentes, bem como no reforço dos subsectores para garantir a autossuficiência.

“Angola reúne condições naturais para tal, sendo que no passado já foi um dos maiores produtores e exportadores de produtos agrícolas”, disse.

Domingos Veloso referiu que a necessidade de alavancar a produção interna de cereais com foco no arroz e farinha de trigo fez com que o Ministério da Agricultura e Florestas (MINAGRIF) elegesse o Ano Agrícola 2023/2024 direccionado ao Plano de Fomento da Produção de Arroz e do Trigo, sem descurar a atenção às outras culturas.

De salientar, segundo o responsável, que o Ano Agrícola 2022/2023 foi caracterizado com níveis de produção satisfatórios e com um crescimento global de 6,6%, tendo sido produzido um total de mil milhões, 357 mil e 136 toneladas, um crescimento de 5,3 %6, em relação ao ano agrícola anterior, “Na campanha agrícola passada tivemos o aumento na ordem de 241 % na produção trigo e de 158 % na cultura de arroz, fruto do engajamento dos produtores e acompanhamento do sector”, disse.

Três laboratórios agroalimentares Já nas fileiras de raízes e tubérculos, leguminosas e oleaginosas, hortícolas e frutas, foi registado um crescimento médio acumulado de 7,1% em relação ao ano agrícola anterior.

Nestas fileiras as culturas da mandioca e da batata-doce continuam a liderar.

No domínio das sementes foram produzidas internamente 1965 toneladas de sementes, das quais 1155 de milho, 200 de feijão, 110 de soja e 500 de trigo, o que representa um grau de disponibilidade bastante reduzida para as nossas necessidades.

Para o presente ano, sublinha o responsável, está prevista a implementação do Plano de Fomento da Produção de Arroz, a produção de frutas, que visa a diversificação das culturas e melhoria da renda das famílias camponesas, assim como plano de repovoamento animal.

Domingos Veloso reafirmou a aposta do ministério na construção de três laboratórios agroalimentares nas províncias do Zaire, Namibe e Moxico para dar respostas aos serviços de controlo de qualidade dos alimentos, nos principais pontos de entrada e saída dos produtos alimentares.

Estes laboratórios serão acompanhados com a admissão de novos quadros, bem como a formação contínua e a criação de incentivos, que constituem uma das prioridades do sector.

C/O PAÍS