Em Londres, dezenas de pessoas reuniram-se, esta terça-feira, junto ao Supremo Tribunal Britânico para pedir a libertação de Julian Assange. O tribunal vai decidir, nos próximos dias, se o jornalista australiano, de 53 anos, fundador do site WikiLeaks pode recorrer da extradição para os Estados Unidos da América. Esta é a última tentativa na justiça britânica para impedir a extradição.
Manifestantes seguram cartazes enquanto protestam do lado de fora do Royal Courts of Justice, o Tribunal Superior Britânico.
Manifestantes seguram cartazes enquanto protestam do lado de fora do Royal Courts of Justice, o Tribunal Superior Britânico.
Julian Assange é acusado de espionagem e de ter revelado milhares de documentos militares confidenciais relativos às intervenções militares dos Estados Unidos da América, nomeadamente, no Iraque ou Afeganistão.
Várias organizações não governamentais consideram que estamos perante um processo em que está em causa a liberdade de imprensa.
Em entrevista à RFI, Ana Gomes, antiga eurodeputada defendeu que “é inaceitável extraditar Assange” e “não ter em conta o extraordinário serviço público que ele prestou com as revelações do WikiLeaks”.
Estes dados “expuseram crimes de Estado, crimes contra a humanidade praticados pelos Estados Unidos e os seus aliados, incluindo o governo britânico da altura, de Tony Blair e crimes inerentes à invasão do Iraque que eles desencadearam”, declarou ainda a nossa entrevistada. No fundo, Ana Gomes reitera o facto de Assange ter revelado dados que “os governos queriam esconder”.
Caso perca esta batalha judicial, o jornalista e activista Julian Assange pode ainda recorrer para o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos.