O novo líder do Grupo Wagner surgiu num vídeo que confirmou a integração dos mercenários na guarda nacional russa – Anton Yelizarov salientou que os Wagner estavam “a trabalhar para o bem do país”, naquela que foi a sua primeira aparição pública desde a morte de Yevgeny Prigozhin, antigo responsável do grupo paramilitar.
“Estamos a construir um acampamento para que as novas unidades de voluntários que serão formadas – que se tornarão parte do corpo de voluntários da guarda nacional russa [Rosgvardiya] – possam chegar e estabelecer-se”, referiu Yelizarov.
De acordo com os serviços de inteligência britânicos, a nova base dos Wagner – conhecida como “Acampamentos Cossacos” – seria localizada “quase certamente” em Rostov-on-Don, a cidade do sul da Rússia ocupada pelo grupo durante a insurreição em junho de 2023.
O anúncio de Yelizarov confirmou “implicitamente” a “subordinação dos Wagner” à guarda nacional russa, muito próxima de Vladimir Putin. “O Estado russo muito provavelmente autorizou a construção da nova base dos Wagner e muito provavelmente percebe que, ao subordinar Wagner à Rosgvardiya, eliminou qualquer ameaça potencial dos Wagner à segurança do regime russo”, acrescentou.
O grupo mercenário Wagner lutou em nome da Rússia na Ucrânia e foi fundamental para que o país assumisse o controlo da cidade de Bakhmut. No entanto, em junho do ano passado, as críticas de Prigozhin subiram de tom, a ponto de ter assumido o controlo do quartel-general militar da cidade de Rostov, no sul, e depois marchou sobre Moscovo numa tentativa de motim.
Após o incidente, Vladimir Putin classificou os combatentes como traidores e exilou Prigozhin da Rússia. A 23 de agosto, o jato particular em que Prigozhin viajava para São Petersburgo caiu ao norte de Moscovo, matando todas as 10 pessoas a bordo.
Após a morte de Prigozhin, o presidente russo ordenou que os combatentes dos Wagner assinassem um juramento de lealdade ao Estado russo.